A Copa do Mundo FIFA de 1954 foi a quinta edição da Copa do Mundo FIFA de Futebol, que ocorreu de 16 de junho até 4 de julho. Em comemoração ao 50º aniversário da FIFA, o evento foi sediado na Suíça, onde encontra-se a sede da FIFA; o país foi oficialmente selecionado como anfitrião em julho de 1946. Dezesseis seleções nacionais foram qualificadas para participar desta edição do campeonato, sendo 11 delas europeias (Suíça, Hungria, Áustria, Inglaterra, Alemanha Ocidental, Iugoslávia, França, Itália, Tchecoslováquia, Bélgica e Escócia), 3 americanas (México, Brasil e Uruguai) e 2 asiáticas (Turquia e Coreia do Sul).
Esta edição foi a que teve a maior média de gols de todas as copas, com 140 gols em 26 partidas, uma média de 5,38 gols por partida. Este recorde foi proporcionado principalmente pelos resultados do Grupo 2, que tinha a Hungria, a Alemanha Ocidental, a Turquia e a Coreia do Sul, tendo goleadas em todas as partidas (Alemanha Ocidental 4 – 1 Turquia; Hungria 9 – 0 Coreia do Sul; Hungria 8 – 3 Alemanha Ocidental; Turquia 7 – 0 Coreia do Sul; Alemanha 7 – 2 Turquia). Além disso, houve resultados como Uruguai 7 – 0 Escócia, Áustria 5 – 0 Tchecoslováquia, Alemanha 6 – 1 Áustria e Áustria 7 – 5 Suíça, esta última sendo a partida com o maior número de gols em todas as Copas.
A copa contou com grandes jogadores, como Fritz Walter, Max Morlock, Hans Schäfer e Helmut Rahn da Alemanha Ocidental, Ernst Ocwirk da Áustria, Julinho Botelho, Didi e Djalma Santos do Brasil, Roque Máspoli, Juan Schiaffino, José Santamaría e Obdulio Varela, capitão do Uruguai, Gyula Grosics, Nándor Hidegkuti, József Bozsik, Zoltán Czibor, Sándor Kocsis e Ferenc Puskás da Hungria, sendo este último considerado o melhor jogador da competição, um dos melhores da história do Real Madrid, e um dos melhores da história do futebol mundial.
A Copa do Mundo FIFA de 1954 teve como seleções finalistas a Hungria, que havia vencido o Uruguai (atual campeão do mundo) na semifinal e até então era invicta e, ao final do campeonato, marcara 27 gols em 5 jogos, média de 5,4 gols por partida, ainda não superada por nenhuma outra seleção; e a Alemanha Ocidental, que havia goleado a Áustria na semifinal e, ao final da Copa, marcara 25 gols em 6 jogos, média de 4,17 gols por partida. A final tomou lugar em 4 de julho de 1954, às 17h, no Estádio Wankdorf, com um público de aproximadamente 60 mil pessoas. A partida, cujo árbitro era o inglês William Ling, iniciou-se com a Hungria marcando 2 gols e terminou com a virada histórica da Alemanha, atingindo o placar de 3 – 2. Era o primeiro título que a Alemanha conseguira e a Hungria não disputou mais finais de mundiais. Este é o único título conquistado por uma seleção que viria a sediar um mundial mais tarde.
Copa do Mundo FIFA de 1954 FIFA Fussball-Weltmeisterschaft 1954 Schweiz (em alemão)
Championnat du Monde de Football 1954 (em francês)
Campionato mondiale di calcio 1954 (em italiano)
Campiunadis mundials da ballape Svizra 1954 (em romanche)
Suíça 1954
Cartaz promocional da Copa de 1954.Dados Participantes 16 Organização FIFA Anfitrião Suíça Período 16 de junho – 4 de julho Gol(o)s 140 Partidas 26 Média 5,38 gol(o)s por partida Campeão Alemanha Ocidental (1º título) Vice-campeão Hungria 3.º colocado Áustria 4.º colocado Uruguai Melhor marcador Sándor Kocsis – 11 gols Melhor ataque (fase inicial) Hungria – 17 gols Melhor defesa (fase inicial) nenhum gol: Maior goleada
(diferença) Hungria 9–0 Coreia do Sul
Zurique
17 de junho, Grupo 2, 1ª rodada Público 889 500 Média 34 211,5 pessoas por partida Premiações Melhor jogador
(FIFA) Ferenc Puskás ◄◄ 1950 1958 ►►
Championnat du Monde de Football 1954 (em francês)
Campionato mondiale di calcio 1954 (em italiano)
Campiunadis mundials da ballape Svizra 1954 (em romanche)
Suíça 1954
Cartaz promocional da Copa de 1954.
(diferença)
Zurique
17 de junho, Grupo 2, 1ª rodada
◄◄ 1950 | 1958 ►► |
Eliminatórias
Um total de 45 times se inscreveram para a disputa das Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA de 1954, em busca de 16 vagas na fase final. Suíça, como país-sede, e Uruguai, como defensores do título, se classificaram automaticamente, deixando 14 vagas.
A FIFA rejeitou as entradas de Islândia, Bolívia, Costa Rica, Cuba, Vietnã do Sul e Índia. Os 37 times restantes foram divididos em 13 grupos, baseados em considerações geográficas:
- Grupos 1 a 10 - Europa: 11 vagas, disputadas por 27 times (incluindo Egito e Israel).
- Grupo 11 - América do Sul: 1 vaga, disputada por 4 times.
- Grupo 12 - América do Norte, América Central e Caribe: 1 vaga, disputada por 3 times.
- Grupo 13 - Ásia: 1 vaga, disputada por 3 times.
Um total de 33 times jogaram pelo menos uma partida das Eliminatórias. Um total de 57 partidas foram disputadas com 208 gols marcados (uma média de 3,65 por jogo).
Abaixo estão as datas e resultados das eliminatórias.
Grupos
Os 13 grupos tinham diferentes regras:
- Grupos 1, 2, 4, 8 e 10 tinham 3 times cada, que se enfrentariam em jogos de ida e volta. Os campeões se classificariam.
- Grupo 3 tinha 4 times que se enfrentariam em turno único. Campeão e vice se classificariam.
- Grupos 5, 6, 7 e 9 tinham 2 times cada, que se enfrentariam em jogos de ida e volta. Os campeões se classificariam.
- Grupo 11tinha 4 times que se enfrentariam em jogos de ida e volta. O campeão se classificaria.
- Grupo 12 tinha 3 times que se enfrentariam em dois turnos. O campeão se classificaria.
- Grupo 13 tinha 3 times. Depois que Formosa desistiu antes do início das partidas, os 2 times restantes se enfrentariam em dois turnos. O campeão se classificaria.
Grupo 1
24 de junho 1953 | Noruega | 2–3 | Sarre | Oslo |
19 de agosto 1953 | Noruega | 1–1 | Alemanha Ocidental | Oslo |
11 de outubro 1953 | Alemanha Ocidental | 3–0 | Sarre | Estugarda |
8 de novembro 1953 | Sarre | 0–0 | Noruega | Saarbrücken |
22 de novembro 1953 | Alemanha Ocidental | 5–1 | Noruega | Hamburgo |
28 de março 1954 | Sarre | 1–3 | Alemanha Ocidental | Saarbrücken |
Pos. | Time | Pts | J | V | E | D | GP | GC |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Alemanha Ocidental | 7 | 4 | 3 | 1 | 0 | 12 | 3 |
2 | Sarre | 3 | 4 | 1 | 1 | 2 | 4 | 8 |
3 | Noruega | 2 | 4 | 0 | 2 | 2 | 4 | 9 |
- Classificada: Alemanha Ocidental
Grupo 2
25 de maio 1953 | Finlândia | 2–4 | Bélgica | Helsinque |
28 de maio 1953 | Suécia | 2–3 | Bélgica | Estocolmo |
5 de agosto 1953 | Finlândia | 3–3 | Suécia | Helsinque |
16 de agosto 1953 | Suécia | 4–0 | Finlândia | Estocolmo |
23 de setembro 1953 | Bélgica | 2–2 | Finlândia | Bruxelas |
8 de outubro 1953 | Bélgica | 2–0 | Suécia | Bruxelas |
Pos. | Time | Pts | J | V | E | D | GP | GC |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Bélgica | 7 | 4 | 3 | 1 | 0 | 11 | 6 |
2 | Suécia | 3 | 4 | 1 | 1 | 2 | 9 | 8 |
3 | Finlândia | 2 | 4 | 0 | 2 | 2 | 7 | 13 |
- Classificada: Bélgica
Grupo 3
As partidas desse grupo também valeram pelo British Home Championship de 1953-1954.
3 de outubro 1953 | Irlanda do Norte | 1–3 | Escócia | Belfast |
10 de outubro 1953 | País de Gales | 1–4 | Inglaterra | Cardiff |
4 de novembro 1953 | Escócia | 3–3 | País de Gales | Glasgow |
11 de novembro 1953 | Inglaterra | 3–1 | Irlanda do Norte | Liverpool |
31 de março 1954 | País de Gales | 1–2 | Irlanda do Norte | Wrexham |
3 de abril 1954 | Escócia | 2–4 | Inglaterra | Glasgow |
Pos. | Time | Pts | J | V | E | D | GP | GC |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Inglaterra | 6 | 3 | 3 | 0 | 0 | 11 | 4 |
2 | Escócia | 3 | 3 | 1 | 1 | 1 | 8 | 8 |
3 | Irlanda do Norte | 2 | 3 | 1 | 0 | 2 | 4 | 7 |
4 | País de Gales | 1 | 3 | 0 | 1 | 2 | 5 | 9 |
- Classificadas: Inglaterra e Escócia.
Grupo 4
20 de setembro 1953 | Luxemburgo | 1–6 | França | Luxemburgo |
4 de outubro 1953 | Irlanda | 3–5 | França | Dublin |
28 de outubro 1953 | Irlanda | 4–0 | Luxemburgo | Dublin |
25 de novembro 1953 | França | 1–0 | Irlanda | Paris |
27 de dezembro 1953 | França | 8–0 | Luxemburgo | Paris |
7 de março 1954 | Luxemburgo | 0–1 | Irlanda | Luxemburgo |
Pos. | Time | Pts | J | V | E | D | GP | GC |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | França | 8 | 4 | 4 | 0 | 0 | 20 | 4 |
2 | Irlanda | 4 | 4 | 2 | 0 | 2 | 8 | 6 |
3 | Luxemburgo | 0 | 4 | 0 | 0 | 4 | 1 | 19 |
- Classificada: França
Grupo 5
27 de setembro 1953 | Áustria | 9–1 | Portugal | Viena |
29 de novembro 1953 | Portugal | 0–0 | Áustria | Lisboa |
Pos. | Time | Pts | J | V | E | D | GP | GC |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Áustria | 3 | 2 | 1 | 1 | 0 | 9 | 1 |
2 | Portugal | 1 | 2 | 0 | 1 | 1 | 1 | 9 |
- Classificada: Áustria
Grupo 6
6 de janeiro 1954 | Espanha | 4–1 | Turquia | Madrid |
14 de março 1954 | Turquia | 1–0 | Espanha | Istanbul |
Pos. | Time | Pts | J | V | E | D | GP | GC |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1= | Espanha | 2 | 2 | 1 | 0 | 1 | 4 | 2 |
1= | Turquia | 2 | 2 | 1 | 0 | 1 | 2 | 4 |
Espanha e Turquia empataram nos pontos e um jogo desempate foi jogado em campo neutro para definir quem ficaria com a vaga.
17 de março 1954 | Turquia | 2–2 | Espanha | Roma |
Com este novo empate, a vaga foi decidida através de sorteio.
- Classificada: Turquia
Grupo 7
A Polónia desistiu, então a Hungria classificou-se automaticamente.
Grupo 8
14 de Junho 1953 | Tchecoslováquia | 2–0 | Romênia | Praga |
28 de Junho 1953 | Romênia | 3–1 | Bulgária | Bucareste |
6 de setembro 1953 | Bulgária | 1–2 | Tchecoslováquia | Sofia |
11 de outubro 1953 | Bulgária | 1–2 | Romênia | Sofia |
25 de outubro 1953 | Romênia | 0–1 | Tchecoslováquia | Bucareste |
8 de novembro 1953 | Tchecoslováquia | 0–0 | Bulgária | Praga |
Pos. | Time | Pts | J | V | E | D | GP | GC |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Tchecoslováquia | 7 | 4 | 3 | 1 | 0 | 5 | 1 |
2 | Romênia | 4 | 4 | 2 | 0 | 2 | 5 | 5 |
3 | Bulgária | 1 | 4 | 0 | 1 | 3 | 3 | 7 |
- Classificada: Tchecoslováquia
Grupo 9
13 de novembro 1953 | Egito | 1–2 | Itália | Cairo |
24 de janeiro 1954 | Itália | 5–1 | Egito | Milão |
Pos. | Time | Pts | J | V | E | D | GP | GC |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Itália | 4 | 2 | 2 | 0 | 0 | 7 | 2 |
2 | Egito | 0 | 2 | 0 | 0 | 2 | 2 | 7 |
- Classificada: Itália
Grupo 10
9 de maio 1953 | Iugoslávia | 1–0 | Grécia | Belgrado |
1 de novembro 1953 | Grécia | 1–0 | Israel | Atenas |
8 de novembro 1953 | Iugoslávia | 1–0 | Israel | Skopje |
7 de março 1954 | Israel | 0–2 | Grécia | Ramat Gan |
21 de março 1954 | Israel | 0–1 | Iugoslávia | Ramat Gan |
28 de março 1954 | Grécia | 0–1 | Iugoslávia | Atenas |
Pos. | Time | Pts | J | V | E | D | GP | GC |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Iugoslávia | 8 | 4 | 4 | 0 | 0 | 4 | 0 |
2 | Grécia | 4 | 4 | 2 | 0 | 2 | 3 | 2 |
3 | Israel | 0 | 4 | 0 | 0 | 4 | 0 | 5 |
- Classificada: Iugoslávia
Grupo 11
Peru desistiu
14 de fevereiro 1954 | Paraguai | 4–0 | Chile | Assunção |
21 de fevereiro 1954 | Chile | 1–3 | Paraguai | Santiago |
28 de fevereiro 1954 | Chile | 1–2 | Brasil | Santiago |
Revista Placar - Documento Inédito - 72 anos de História da Seleção Brasileira. |
7 de março 1954 | Paraguai | 0–1 | Brasil | Assunção |
21 de março 1954 | Brasil | 4–1 | Paraguai | Maracanã, Rio de Janeiro |
14 de março 1954 | Brasil | 1–0 | Chile | Maracanã, Rio de Janeiro |
Pos. | Time | Pts | J | V | E | D | GP | GC |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Brasil | 8 | 4 | 4 | 0 | 0 | 8 | 1 |
2 | Paraguai | 4 | 4 | 2 | 0 | 2 | 8 | 6 |
3 | Chile | 0 | 4 | 0 | 0 | 4 | 1 | 10 |
- Classificado: Brasil
Grupo 12
Os Estados Unidos jogaram todas as suas partidas como visitante.
19 de julho 1953 | México | 8–0 | Haiti | Cidade do México |
27 de dezembro 1953 | Haiti | 0–4 | México | Porto Príncipe |
10 de janeiro 1954 | México | 4–0 | Estados Unidos | Cidade do México |
14 de janeiro 1954 | México | 3–1 | Estados Unidos | Cidade do México |
3 de abril 1954 | Haiti | 2–3 | Estados Unidos | Porto Príncipe |
4 de abril 1954 | Haiti | 0–3 | Estados Unidos | Porto Príncipe |
Pos. | Time | Pts | J | V | E | D | GP | GC |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | México | 8 | 4 | 4 | 0 | 0 | 19 | 1 |
2 | Estados Unidos | 4 | 4 | 2 | 0 | 2 | 7 | 9 |
3 | Haiti | 0 | 4 | 0 | 0 | 4 | 2 | 18 |
- Classificado: México
Grupo 13
Taiwan desistiu.
7 de março 1954 | Japão | 1–5 | Coreia do Sul | Tóquio |
14 de março 1954 | Japão | 2–2 | Coreia do Sul | Tóquio |
- Classificada: Coreia do Sul
Pos. | Time | Pts | J | V | E | D | GP | GC |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Coreia do Sul | 3 | 2 | 1 | 1 | 0 | 7 | 3 |
2 | Japão | 1 | 2 | 0 | 1 | 1 | 3 | 7 |
Classificada: Coreia do Sul
Times classificados
Time | Participação | Part. Consecutiva | Última Aparição |
---|---|---|---|
Alemanha Ocidental | 3ª | 1 | 1938 |
Áustria | 2ª | 1 | 1934 |
Bélgica | 4ª | 1 | 1938 |
Brasil | 5ª | 5 | 1950 |
Coreia do Sul | 1ª | 1 | - |
Escócia | 1ª | 1 | - |
França | 4ª | 1 | 1938 |
Hungria | 3ª | 1 | 1938 |
Inglaterra | 2ª | 2 | 1950 |
Itália | 4ª | 4 | 1950 |
Iugoslávia | 3ª | 2 | 1950 |
México | 3ª | 2 | 1950 |
Suíça (s) | 4ª | 4 | 1950 |
Tchecoslováquia | 3ª | 1 | 1938 |
Turquia | 1ª | 1 | - |
Uruguai (c) | 3ª | 2 | 1950 |
Notas
- A Turquia é o único time a se classificar por sorteio na história das Copas.
- Pela primeira vez, partidas eliminatórias foram de fato jogadas na América do Sul, uma vez que em todas as Copas anteriores, as equipes sul-americanas sempre se classificaram automaticamente devido a desistências.
- Como o protetorado do Sarre só se reuniu à República Federal da Alemanha em 1957, a seleção nacional do Sarre disputou somente estas eliminatórias e curiosamente acabaram enfrentando a Alemanha.
Ligações externas
A competição
Pela primeira vez uma Copa teve cobertura pela televisão, e moedas comemorativas foram cunhadas por causa do evento. A partir dessa Copa, o Brasil passou a usar o uniforme com a camisa amarela e o calção azul. Depois da derrota no Mundial de 1950, o uniforme antigo (camisa branca e calção azul usado desde 1919) foi considerado uma das fontes de azar. Em 1953, o professor e jornalista gaúcho Aldyr Garcia Schlee venceu outros treze candidatos no concurso para escolha do novo uniforme. Como vencedor recebeu uma cadeira cativa no Maracanã, um estágio como desenhista no extinto jornal Correio da Manhã e uma soma em dinheiro.
Foi um mundial dominado amplamente pela fantástica equipe húngara, campeã olímpica de 52, composta de super craques como Ferenc Puskás, Nándor Hidegkuti, Sándor Kocsis, József Bozsik, Zoltán Czibor, Gyula Grosics, dentre outros. Mas existiam outras seleções fortes como o Uruguai bicampeão mundial, o Brasil (que tentava se recompor de 50 com Didi, Djalma Santos e Julinho Botelho) e a Alemanha Ocidental (com Fritz Walter, Max Morlock, Hans Schäfer e Helmut Rahn).
A Copa de 1954 foi disputada na Suíça e foi a primeira em solo europeu depois da Segunda Guerra Mundial. A escolha da sede levou em conta justamente a neutralidade da Suíça durante o conflito. Apesar do sucesso do certame cabe uma crítica à fórmula da copa, bastante confusa. Cada grupo tinha dois cabeças de chave que não se enfrentavam, assim como as duas equipes restantes que não se enfrentavam. Assim ao invés de 3 jogos cada, no sistema todos contra todos, realizaram-se apenas 2 jogos por equipe. Os cabeças de chave foram os seguintes:
- Grupo 1: Brasil e França;
- Grupo 2: Hungria e Turquia;
- Grupo 3: Áustria e Uruguai;
- Grupo 4: Inglaterra e Itália.
Brasil na Copa do Mundo FIFA de 1954
Brasil
5°lugar Associação CBD Confederação Conmebol Participação 5 Melhor resultado Campeão: 1958 e 1962 Treinador Zezé Moreira
A edição de 1954 do torneio, na Suíça, marcou a quinta participação da Seleção Brasileira de Futebol em uma Copa do Mundo. Era e ainda é o único país a participar de todas as edições do torneio da FIFA, fato que persiste até a edição que será realizada na Copa do Mundo de 2022.
Foi a primeira vez que a Seleção usou o uniforme com a camisa amarela e o calção azul. Depois da derrota no Mundial de 1950, o uniforme antigo (camisa branca e calção azul usado desde 1919) foi considerado uma das fontes de azar. Em 1953, o professor e jornalista gaúcho Aldyr Garcia Schlee venceu outros treze candidatos no concurso para escolha do novo uniforme. Como vencedor recebeu uma cadeira cativa no Maracanã, um estágio como desenhista no extinto jornal Correio da Manhã e uma soma em dinheiro.
A Seleção de 1954 foi dirigida por Zezé Moreira. Foi a primeira vez que a seleção brasileira disputou as eliminatórias.
Brasil 5°lugar | |
---|---|
Associação | CBD |
Confederação | Conmebol |
Participação | 5 |
Melhor resultado | Campeão: 1958 e 1962 |
Treinador | Zezé Moreira |
A edição de 1954 do torneio, na Suíça, marcou a quinta participação da Seleção Brasileira de Futebol em uma Copa do Mundo. Era e ainda é o único país a participar de todas as edições do torneio da FIFA, fato que persiste até a edição que será realizada na Copa do Mundo de 2022.
Foi a primeira vez que a Seleção usou o uniforme com a camisa amarela e o calção azul. Depois da derrota no Mundial de 1950, o uniforme antigo (camisa branca e calção azul usado desde 1919) foi considerado uma das fontes de azar. Em 1953, o professor e jornalista gaúcho Aldyr Garcia Schlee venceu outros treze candidatos no concurso para escolha do novo uniforme. Como vencedor recebeu uma cadeira cativa no Maracanã, um estágio como desenhista no extinto jornal Correio da Manhã e uma soma em dinheiro.
A Seleção de 1954 foi dirigida por Zezé Moreira. Foi a primeira vez que a seleção brasileira disputou as eliminatórias.
Preparação
Flávio Costa, técnico do Brasil desde 1945 foi substituído por Zezé Moreira. Zezé prometia uma novidade, a "marcação por zona". Mas o esquema ainda era o 3-2-2-3, W-M. Zezé ganhou força ao conquistar o Campeonato Panamericano de Futebol de 1952 no Chile. A primeira conquista da seleção brasileira no exterior.
Antes do mundial, o Brasil emendou seis vitórias seguidas, mas o futebol não convencia. A partida de despedida foi uma vitória por 2 a 0 diante da equipe colombiana do Milionários no Maracanã, em que a seleção foi vaiada. Zezé Moreira respondeu: "As vaias injustificadas tiveram para mim a satisfação de evidenciar que os jogadores nacionais estão com a moral elevada. Sim, porque qualquer quadro teria sucumbido, fatalmente, ante tantas manifestações de desagrado.". O jornalista Mario Júlio Rodrigues fez coro: "Bem, o caso é que apareceu um técnico. E com este técnico acabamos conquistando o único título em terras não nossas. Este mesmo técnico que completou onze partidas e não perdeu nenhuma dessas. O que se pode querer mais?". [1][2]
Na saída do Brasil, a delegação foi recebida pelo presidente Getúlio Vargas, que fez um discurso e se despediu da comitiva. No dia 22 de maio, em avião da Panair, o Brasil viajou com uma enorme delegação, que além de vinte dois jogadores, contava com um técnico, um médico, um massagista, um roupeiro e um cozinheiro, o presidente de honra e uma secretaria da CBD, o chefe da delegação e sua secretaria, dois delegados, dois assessores, dois convidados de honra, um jornalista de agências e outro da revista da CBD.
Flávio Costa, técnico do Brasil desde 1945 foi substituído por Zezé Moreira. Zezé prometia uma novidade, a "marcação por zona". Mas o esquema ainda era o 3-2-2-3, W-M. Zezé ganhou força ao conquistar o Campeonato Panamericano de Futebol de 1952 no Chile. A primeira conquista da seleção brasileira no exterior.
Antes do mundial, o Brasil emendou seis vitórias seguidas, mas o futebol não convencia. A partida de despedida foi uma vitória por 2 a 0 diante da equipe colombiana do Milionários no Maracanã, em que a seleção foi vaiada. Zezé Moreira respondeu: "As vaias injustificadas tiveram para mim a satisfação de evidenciar que os jogadores nacionais estão com a moral elevada. Sim, porque qualquer quadro teria sucumbido, fatalmente, ante tantas manifestações de desagrado.". O jornalista Mario Júlio Rodrigues fez coro: "Bem, o caso é que apareceu um técnico. E com este técnico acabamos conquistando o único título em terras não nossas. Este mesmo técnico que completou onze partidas e não perdeu nenhuma dessas. O que se pode querer mais?". [1][2]
Na saída do Brasil, a delegação foi recebida pelo presidente Getúlio Vargas, que fez um discurso e se despediu da comitiva. No dia 22 de maio, em avião da Panair, o Brasil viajou com uma enorme delegação, que além de vinte dois jogadores, contava com um técnico, um médico, um massagista, um roupeiro e um cozinheiro, o presidente de honra e uma secretaria da CBD, o chefe da delegação e sua secretaria, dois delegados, dois assessores, dois convidados de honra, um jornalista de agências e outro da revista da CBD.
Eliminatórias
Grupo 11
Peru desistiu
28 de fevereiro 1954 Chile 0–2 Brasil Santiago
7 de março 1954 Paraguai 0–1 Brasil Assunção
14 de março 1954 Brasil 1–0 Paraguai Maracanã, Rio de Janeiro
14 de março 1954 Brasil 4–1 Chile Maracanã, Rio de Janeiro
Pos. Time Pts J V E D GP GC 1 Brasil 8 4 4 0 0 8 1 2 Paraguai 4 4 2 0 2 8 6 3 Chile 0 4 0 0 4 1 10
- Classificado: Brasil
Peru desistiu
28 de fevereiro 1954 | Chile | 0–2 | Brasil | Santiago |
7 de março 1954 | Paraguai | 0–1 | Brasil | Assunção |
14 de março 1954 | Brasil | 1–0 | Paraguai | Maracanã, Rio de Janeiro |
14 de março 1954 | Brasil | 4–1 | Chile | Maracanã, Rio de Janeiro |
Pos. | Time | Pts | J | V | E | D | GP | GC |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Brasil | 8 | 4 | 4 | 0 | 0 | 8 | 1 |
2 | Paraguai | 4 | 4 | 2 | 0 | 2 | 8 | 6 |
3 | Chile | 0 | 4 | 0 | 0 | 4 | 1 | 10 |
- Classificado: Brasil
A Copa
Primeira Fase
Grupo 1
Time Pts J V E D GF GS SG Brasil 3 2 1 1 0 6 1 5 Iugoslávia 3 2 1 1 0 2 1 1 França 2 2 1 0 1 3 3 0 México 0 2 0 0 2 2 8 -6
Time | Pts | J | V | E | D | GF | GS | SG |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Brasil | 3 | 2 | 1 | 1 | 0 | 6 | 1 | 5 |
Iugoslávia | 3 | 2 | 1 | 1 | 0 | 2 | 1 | 1 |
França | 2 | 2 | 1 | 0 | 1 | 3 | 3 | 0 |
México | 0 | 2 | 0 | 0 | 2 | 2 | 8 | -6 |
Campanha
A estreia do Brasil foi contra o México. Vitória fácil por cinco a zero.
O segundo jogo da seleção brasileira foi contra a Iugoslávia. O empate em 1 a 1 classificaria as duas equipes, mas o Brasil continuou pressionando, para desespero dos iugoslavos. No final do jogo, os brasileiros deixaram o campo chorando, pensando que haviam sido eliminados. O engano só foi desfeito quando todos estavam nos vestiários.
Nas quartas de final, a rival foi a Hungria. O Ferenc Puskás, machucado, não jogou. Mesmo assim, o Brasil foi derrotado por 4 a 2 em um jogo que descambou para a violência e ficou conhecido como a Batalha de Berna. A imprensa brasileira culpou a atuação do árbitro Arthur Ellis alegando que não houve pênalti no segundo gol húngaro e o quarto tento estaria em impedimento.
O uruguaio Juan Alberto Schiaffino, presente no Maracanaço, se decepcionou com a seleção: "Ao contrário, encontrei o Brasil diminuído. À margem dos aspectos táticos e de seus naturais progressos físicos, entendo que faltou potencial humano. Individualmente considerado, não estava constituído pelos fenômenos de 1950. Alguns poucos titulares daquele torneio, alguns outros que haviam sido reservas e outros jogadores jovens fizeram que não fosse aquela máquina."[3]
16 de junho de1954
17:10 Brasil 5–0 México Geneva, Charmilles Stadium
Árbitro: Wyssling (Suíça)
Público: 13,000
Baltazar 23'
Didi 30'
Pinga 34', 43'
Julinho Botelho 69'
19 de junho de 1954
17:00 Brasil 1–1 Iugoslávia Lausanne, Stade Olympique de la Pontaise
Árbitro: Faultless (Escócia)
Público: 40,000
Didi 69' Zebec 48'
A estreia do Brasil foi contra o México. Vitória fácil por cinco a zero.
O segundo jogo da seleção brasileira foi contra a Iugoslávia. O empate em 1 a 1 classificaria as duas equipes, mas o Brasil continuou pressionando, para desespero dos iugoslavos. No final do jogo, os brasileiros deixaram o campo chorando, pensando que haviam sido eliminados. O engano só foi desfeito quando todos estavam nos vestiários.
Nas quartas de final, a rival foi a Hungria. O Ferenc Puskás, machucado, não jogou. Mesmo assim, o Brasil foi derrotado por 4 a 2 em um jogo que descambou para a violência e ficou conhecido como a Batalha de Berna. A imprensa brasileira culpou a atuação do árbitro Arthur Ellis alegando que não houve pênalti no segundo gol húngaro e o quarto tento estaria em impedimento.
O uruguaio Juan Alberto Schiaffino, presente no Maracanaço, se decepcionou com a seleção: "Ao contrário, encontrei o Brasil diminuído. À margem dos aspectos táticos e de seus naturais progressos físicos, entendo que faltou potencial humano. Individualmente considerado, não estava constituído pelos fenômenos de 1950. Alguns poucos titulares daquele torneio, alguns outros que haviam sido reservas e outros jogadores jovens fizeram que não fosse aquela máquina."[3]
16 de junho de1954 17:10 | Brasil | 5–0 | México | Geneva, Charmilles Stadium Árbitro: Wyssling (Suíça) Público: 13,000 |
Baltazar 23' Didi 30' Pinga 34', 43' Julinho Botelho 69' |
19 de junho de 1954 17:00 | Brasil | 1–1 | Iugoslávia | Lausanne, Stade Olympique de la Pontaise Árbitro: Faultless (Escócia) Público: 40,000 |
Didi 69' | Zebec 48' |
Quartas de Final
Ver artigo principal: Batalha de Berna27 de junho de 1954
17:00 Hungria 4–2 Brasil Berne, Wankdorf Stadium
Árbitro: Ellis (Inglaterra)
Público: 60,000
Hidegkuti 4'
Kocsis 7',
Julinho Botelho 65'
27 de junho de 1954 17:00 | Hungria | 4–2 | Brasil | Berne, Wankdorf Stadium Árbitro: Ellis (Inglaterra) Público: 60,000 |
Hidegkuti 4' Kocsis 7', | Julinho Botelho 65' |
Notas e referências
- ↑ pagina 5,6 (11 de maio de 1954). jornal dos Sports [memoria.bn memoria.bn] Verifique valor
|url=
(ajuda) Em falta ou vazio |título=
(ajuda) - ↑ «O Espelho Mágico». Memória BN. Jornal dos Sports (RJ) de 11 de maio de 1954. Consultado em 29 de julho de 2017
- ↑ CASTRO, Robert (2014). Capítulo V - Brasil 1950. Historia de los Mundiales. Montevidéu: Editorial Fín de Siglo, pp. 79-105
- ↑ pagina 5,6 (11 de maio de 1954). jornal dos Sports [memoria.bn memoria.bn] Verifique valor
|url=
(ajuda) Em falta ou vazio|título=
(ajuda) - ↑ «O Espelho Mágico». Memória BN. Jornal dos Sports (RJ) de 11 de maio de 1954. Consultado em 29 de julho de 2017
- ↑ CASTRO, Robert (2014). Capítulo V - Brasil 1950. Historia de los Mundiales. Montevidéu: Editorial Fín de Siglo, pp. 79-105
Primeira fase
A Hungria, pelo Grupo 2, aplicou na 1ª fase duas goleadas históricas, uma sobre a fraca Coreia do Sul por 9-0 e a outra sobre nada mais, nada menos do que a Alemanha Ocidental, 8 a 3. Turquia e Alemanha Ocidental então tiveram que jogar o desempate pois terminaram empatados em pontos. A partida foi vencida pelos alemães com facilidade. O técnico Sepp Herberger colocou o time reserva em campo contra os húngaros, pois assim absorveria melhor uma mais que provável derrota e pouparia seus comandados.
Pelo Grupo 1, do Brasil, ocorreu um episódio bastante curioso. Brasil e Iugoslávia venceram seus primeiros compromissos (Brasil 5 a 0 México e Iugoslávia 1 a 0 França) e o empate garantia ambos na fase seguinte. Acontece que os jogadores do Brasil não conheciam o tal regulamento e atacavam insistentemente a meta iugoslava, com os jogadores eslavos fazendo gestos aos brasileiros pelo empate que beneficiaria os dois. Ao final do jogo alguns brasileiros choravam e apenas posteriormente a situação foi esclarecida. Tanto brasileiros como iugoslavos se classificaram à fase seguinte.
No grupo 3, Áustria e Uruguai classificaram-se sem problemas. A Celeste Olímpica ganhou da Tchecoslováquia por 2 a 0 e da Escócia por 7 a 0. Uma curiosidade é que, insatisfeito com as intromissões da comissão técnica no seu trabalho, o técnico da Escócia Andy Beattie pediu demissão logo após a derrota para a Áustria, sendo o único técnico a pedir demissão durante uma copa até hoje. A Áustria também passou fácil com 1 a 0 na Escócia e 5 a 0 na Tchecoslováquia. No Grupo D, o English Team tenta se refazer do desastre de 50, sua estreia em copas. Empata em um jogo espetacular com a Bélgica (4-4) e ganha da Suíça por 2 a 0. Suíça e Itália defrontaram-se duas vezes no grupo. Na primeira partida os helvéticos venceriam por 2 a 1 num jogo muito conturbado e de uma arbitragem bastante controversa do brasileiro Mário Vianna. As equipes se enfrentariam novamente, e no jogo desempate a Suíça vence por 4 a 1. Chega as Quartas de Final.
Fase final
O Brasil foi a vítima magiar nas Quartas. Uma verdadeira batalha campal em Berna e a Hungria vence por 4 a 2. Áustria e Suíça fazem o jogo com maior número de gols da história dos mundiais: Áustria 7 – 5 Suíça. A Alemanha Ocidental vence a Iugoslávia por 2 a 0 e o Uruguai atropela a Inglaterra por 4 a 2.
Numa das semifinais tivemos a Áustria encarando a equipe da República Federal da Alemanha, uma das três nações alemãs da época. O time da RFA se classificou batendo os alemães da região do Sarre, ocupado pela França, enquanto a Alemanha Oriental não se inscreveu para a Copa. Com a final em jogo, a equipe alemã bateu a austríaca por 6 a 1. Destaque para os irmãos Fritz e Ottmar Walter, que, com passes rápidos, levaram sempre perigo ao gol austríaco.
Na outra semifinal, tivemos um dos mais interessantes jogos do torneio, onde a Hungria liderava sobre o Uruguai ao final do primeiro tempo por 1 a 0. Mas ao final dos noventa minutos o placar apontava 2 a 2, levando a partida a prorrogação. A igualdade foi quebrada por Sándor Kocsis, que marcaria dois gols no tempo extra e assim levando a Hungria a final, derrotando um time que jamais havia perdido um jogo de Copa do Mundo. O Uruguai sofreria sua segunda derrota ao ceder o terceiro lugar aos austríacos por 1 – 0.
Final
O Estádio Wankdorf em Berna recebeu 60 mil pessoas que se espremeram para acompanhar a partida final entre Alemanha Ocidental e Hungria, uma repetição do jogo da primeira fase. Nesta fase, a Hungria venceu os reservas alemães por 8 a 3. O Time Dourado dos húngaros era o favorito, pois vinha de 32 partidas invicto, porém vinha de duas partidas duras. Começou a chover no dia do jogo - na Alemanha isso é chamado de "Fritz-Walter-Wetter" (tempo de Fritz Walter) pois dizia-se o capitão da equipe alemã Fritz Walter jogava seu melhor futebol na chuva, porque havia contraído malária quando jovem e por isso não atuava tão bem no calor. Adi Dassler, proprietário da Adidas e fornecedor de material esportivo para a seleção alemã, forneceu chuteiras com cravos intercambiáveis, que melhor se adaptariam ao campo molhado.
Na final se viu Ferenc Puskás atuando mesmo não estando em sua melhor forma. Ainda assim ele colocou seu time à frente do placar em apenas 6 minutos de jogo, e com Zoltán Czibor fazendo outro tento dois minutos depois parecia que os favoritos realmente levariam o título. Porém, com um rápido gol de Max Morlock no décimo minuto, e Helmut Rahn empatando aos 19, a maré começou a virar.
No segundo tempo a Hungria desperdiçou diversas chances. Mas, nervosos não conseguiram nada. Os alemães praticamente "cozinharam" o jogo a seu favor, e acabariam premiados. A meros seis minutos do final da partida, o popular narrador do rádio alemão Herbert Zimmermann fez sua mais memorável declaração ao dizer: "Rahn deveria chutar do meio da rua" (em alemão: "aus dem Hintergrund müsste Rahn schießen"), e assim foi. O segundo gol de Rahn, que chutou da meia-lua da área, após a zaga húngara afastar mal a bola, deu a liderança da partida aos alemães. Depois, Puskás ainda fez um gol impedido.
Aos alemães foi entregue a Taça Jules Rimet e o título de vencedores da Copa do Mundo com a torcida cantando junto o hino nacional alemão. Na Alemanha, esta partida é conhecida como o Milagre de Berna. Um filme baseado na história foi lançado em 2003. Para os húngaros, a derrota foi um desastre, e o seu declínio no futebol teria início somente dois anos depois, com a Revolução Húngara.
Os 11 gols marcados por Kocsis não apenas o garantiram a artilharia desta Copa, mas o tornou o recordista como artilheiro em uma Copa, superando Ademir de Menezes que havia marcado 9 tentos na copa anterior. A marca de Kocsis viria a ser quebrada na Copa seguinte por Just Fontaine e seus 13 gols.
Curiosidades
- A Copa de 1954 teve a maior média de gols por jogo da história dos Mundiais: 5,38 (140 gols em 26 jogos).
- A derrota para a Hungria nas semifinais da Copa do Mundo de 1954 foi a primeira do Uruguai na história do torneio.
- Em 1954, o Brasil usou camisas amarelas e calções azuis, uniforme que seria imortalizado anos mais tarde. O radialista Geraldo José de Almeida criou o apelido: "seleção canarinho".
- A partida de estreia da Copa, entre Iugoslávia e França, foi a primeira a ter transmissão direta pela televisão. Os iugoslavos levaram a melhor, vencendo pelo placar de 1 a 0.
- A Espanha perdeu no sorteio a chance de ir à Copa do Mundo. A equipe enfrentou a Turquia nas eliminatórias e ganhou a primeira por 4 a 1, em Madri. No jogo de volta, os turcos venceram por 1 a 0 em Istambul e forçaram a realização de um jogo-desempate, que foi 2 a 2. A vaga foi então definida por sorteio.
- A desorganização da seleção brasileira era tanta que os jogadores não sabiam que o empate frente aos iugoslavos classificava os dois times. Os brasileiros lutaram até o final e, sem conseguir alterar o 1-1 no placar, alguns atletas chegaram a chorar no ônibus antes de saber que estavam nas quartas de final.
- Com um ataque poderoso, a Hungria fez 27 gols em cinco jogos do Mundial de 1954: a maior média de uma seleção em uma Copa do Mundo (5,2 por partida).
- Sem falar nenhuma palavra em inglês, francês ou alemão, os jogadores da Coreia do Sul ficavam literalmente perdidos na Suíça e recebiam ajuda de policiais suíços, após os jogos.
- Juan Holberg, do Uruguai, fez o gol de empate contra a Hungria na semifinal, aos 41 minutos do segundo tempo (2-2), e desmaiou de emoção. Na prorrogação, porém, a Hungria recuperou e venceu por 4-2.
- A Hungria revolucionou não só no esquema tático, em que os atacantes não tinham posição fixa, mas também em sua preparação. Antes das partidas, os húngaros faziam aquecimento, prática incomum na época.
- Anos depois veio à tona o doping de jogadores alemães apoiados pelo governo, na final contra a Hungria, partida que ficou conhecida como o "Milagre de Berna".
Sedes
Basileia | Berna | Genebra | |
---|---|---|---|
St. Jakob-Park | Estádio Wankdorf | Estádio Charmilles | |
Capacidade: 42 500 | Capacidade: 64 000 | Capacidade: 14 000 | |
Lausana | Lugano | Zurique | |
Estádio Olympique de la Pontaise | Estádio de Cornaredo | Estádio Hardturm | |
Capacidade: 15 850 | Capacidade: 6 330 | Capacidade: 27 500 | |
Árbitros
Sorteio
Essa copa teve um formato diferente na fase de grupos, haviam duas cabeças de chaves que não se enfrentavam e outros dois adversários que também não se enfrentavam, assim na fase de grupos só haviam duas rodadas. Abaixo, um possível formato de sorteio:
Cabeças de Chave | Cabeças de Chave | Europa | Resto do Mundo |
---|---|---|---|
Brasil | Áustria | Alemanha Ocidental | Coreia do Sul |
Convocações
Fase Inicial
Equipes classificadas para as oitavas-de-final | |
Equipes eliminadas na primeira fase |
Grupo 1
Pos. | Seleção | Pts | J | V | E | D | GP | GC | SG |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Brasil | 3 | 2 | 1 | 1 | 0 | 6 | 1 | +5 |
2 | Iugoslávia | 3 | 2 | 1 | 1 | 0 | 2 | 1 | +1 |
3 | França | 2 | 2 | 1 | 0 | 1 | 3 | 3 | 0 |
4 | México | 0 | 2 | 0 | 0 | 2 | 2 | 8 | –6 |
16 de junho | Brasil | 5 – 0 | México | Charmilles, Genebra |
17:10 | Baltazar 23' Didi 30' Pinga 34', 43' Julinho 69' | Público: 13 470 Árbitro: SUI Raymon Wyssling |
16 de junho | Iugoslávia | 1 – 0 | França | Stade Olympique de la Pontaise, Lausana |
18:00 | Milutinović 15' | Público: 16 000 Árbitro: WAL Benjamin Griffiths |
19 de junho | Brasil | 1 – 1 | Iugoslávia | Stade Olympique de la Pontaise, Lausana |
17:00 | Didi 69' | Zebec 48' | Público: 24 637 Árbitro: SCO Charlie Faultless |
19 de junho | França | 3 – 2 | México | Charmilles, Genebra |
17:10 | Vincent 19' Cárdenas 49' Kopa 88' (pen.) | Lamadrid 54' Balcázar 85' | Público: 19 000 Árbitro: ESP Manuel Asensi |
Grupo 2
Pos. | Seleção | Pts | J | V | E | D | GP | GC | SG |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Hungria | 4 | 2 | 2 | 0 | 0 | 17 | 3 | +14 |
2 | Alemanha Ocidental | 4 | 3 | 2 | 0 | 1 | 14 | 11 | +3 |
3 | Turquia | 2 | 3 | 1 | 0 | 2 | 10 | 11 | –1 |
4 | Coreia do Sul | 0 | 2 | 0 | 0 | 2 | 0 | 16 | –16 |
17 de junho | Alemanha Ocidental | 4 – 1 | Turquia | Wankdorf, Berna |
18:00 | Schäfer 14' Klodt 52' O. Walter 60' Morlock 84' | Suat 2' | Público: 28 000 Árbitro: POR José da Costa Vieira |
17 de junho | Hungria | 9 – 0 | Coreia do Sul | Hardturm, Zurique |
18:00 | Puskás 12', 89' Lantos 18' Kocsis 24', 36', 50' Czibor 59' Palotás 75', 83' | Público: 13 000 Árbitro: FRA Raymond Vincenti |
20 de junho | Hungria | 8 – 3 | Alemanha Ocidental | St. Jakob-Park, Basileia |
16:50 | Kocsis 3', 21', 67', 78' Puskás 17' Hidegkuti 50', 54' Tóth 73' | Pfaff 25' Rahn 77' Herrmann 81' | Público: 56 000 Árbitro: ENG William Ling |
20 de junho | Turquia | 7 – 0 | Coreia do Sul | Charmilles, Genebra |
17:00 | Suat 10', 30' Lefter 24' Burhan 37', 64', 70' Erol 76' | Árbitro: URU Esteban Marino |
- Desempate
23 de junho | Alemanha Ocidental | 7 – 2 | Turquia | Hardturm, Zurique |
18:00 | O. Walter 7' Schäfer 12', 79' Morlock 30', 60', 77' F. Walter 62' | Mustafa 21' Lefter 82' | Público: 17 000 Árbitro: FRA Raymond Vincenti |
Grupo 3
Pos. | Seleção | Pts | J | V | E | D | GP | GC | SG |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Uruguai | 4 | 2 | 2 | 0 | 0 | 9 | 0 | +9 |
2 | Áustria | 4 | 2 | 2 | 0 | 0 | 6 | 0 | +6 |
3 | Tchecoslováquia | 0 | 2 | 0 | 0 | 2 | 0 | 7 | –7 |
4 | Escócia | 0 | 2 | 0 | 0 | 2 | 0 | 8 | –8 |
16 de junho | Uruguai | 2 – 0 | Tchecoslováquia | Wankdorf, Berna |
18:00 | Míguez 72' Schiaffino 81' | Público: 10 500 Árbitro: ENG Arthur Ellis |
16 de junho | Áustria | 1 – 0 | Escócia | Hardturm, Zurique |
18:00 | Probst 33' | Público: 25 000 Árbitro: BEL Laurent Franken |
19 de junho | Uruguai | 7 – 0 | Escócia | St. Jakob-Park, Basileia |
16:50 | Borges 17', 47', 57' Míguez 30', 83' Abbadie 54', 85' | Público: 34 000 Árbitro: ITA Vincenzo Orlandini |
19 de junho | Áustria | 5 – 0 | Tchecoslováquia | Hardturm, Zurique |
17:00 | Stojaspal 3', 70' Probst 4', 21', 24' | Público: 26 000 Árbitro: IUG Vasa Stefanović |
Grupo 4
Pos. | Seleção | Pts | J | V | E | D | GP | GC | SG |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Suíça | 4 | 3 | 2 | 0 | 1 | 6 | 4 | +2 |
2 | Inglaterra | 3 | 2 | 1 | 1 | 0 | 6 | 4 | +2 |
3 | Itália | 2 | 3 | 1 | 0 | 2 | 6 | 7 | –1 |
4 | Bélgica | 1 | 2 | 0 | 1 | 1 | 5 | 8 | –3 |
17 de junho | Suíça | 2 – 1 | Itália | Stade Olympique de la Pontaise, Lausana |
17:50 | Ballaman 18' Hügi 78' | Boniperti 44' | Público: 40 749 Árbitro: BRA Mário Vianna |
17 de junho | Inglaterra | 4 – 4 (pro.) | Bélgica | St. Jakob-Park, Basileia |
18:10 | Broadis 26', 63' Lofthouse 36', 91' | Anoul 5', 71' Coppens 67' Dickinson 94' | Público: 14 000 Árbitro: FRG Emil Schmetzer |
20 de junho | Itália | 4 – 1 | Bélgica | Cornaredo, Lugano |
17:00 | Pandolfini 41' (pen.) Galli 48' Frignani 58' Lorenzi 78' | Anoul 81' | Público: 24 000 Árbitro: AUT Carl Erich Steiner |
20 de junho | Inglaterra | 2 – 0 | Suíça | Wankdorf, Berna |
17:10 | Mullen 43' Wilshaw 69' | Público: 43 119 Árbitro: HUN Istvan Zsolt |
- Desempate
23 de junho | Suíça | 4 – 1 | Itália | St. Jakob-Park, Basileia |
18:00 | Hügi 14', 85' Ballaman 48' Fatton 90' | Nesti 67' | Público: 28 655 Árbitro: WAL Griffiths |
Fase Final
Quartas de final | Semifinais | Final | ||||||||
27 de Junho - Genebra | ||||||||||
Alemanha Ocidental | 2 | |||||||||
30 de Junho – Basileia | ||||||||||
Iugoslávia | 0 | |||||||||
Alemanha Ocidental | 6 | |||||||||
26 de Junho - Lausana | ||||||||||
Áustria | 1 | |||||||||
Áustria | 7 | |||||||||
4 de Julho – Berna | ||||||||||
Suíça | 5 | |||||||||
Alemanha Ocidental | 3 | |||||||||
27 de Junho - Berna | ||||||||||
Hungria | 2 | |||||||||
Hungria | 4 | |||||||||
30 de Junho - Lausana | ||||||||||
Brasil | 2 | |||||||||
Hungria (pro.) | 4 | Terceiro Lugar | ||||||||
26 de Junho – Basileia | ||||||||||
Uruguai | 2 | |||||||||
Uruguai | 4 | Áustria | 3 | |||||||
Inglaterra | 2 | Uruguai | 1 | |||||||
3 de Julho - Zurique | ||||||||||
Quartas de final
26 de junho | Áustria | 7 – 5 | Suíça | Stade Olympique de la Pontaise, Lausana |
17:00 | Wagner 27', 52', 58' A. Körner 26', 34' Ocwirk 32' Probst 76' | Ballaman 16', 84' Hügi 17', 23', 58' | Público: 30 340 Árbitro: SCO Charlie Faultless |
26 de junho | Uruguai | 4 – 2 | Inglaterra | St. Jakob-Park, Basileia |
17:00 | Borges 5' Varela 39' Schiaffino 46' Ambrois 78' | Lofthouse 16' Finney 67' | Público: 28 000 Árbitro: AUT Carl Erich Steiner |
27 de junho | Hungria | 4 – 2 | Brasil | Wankdorf, Berna |
17:00 | Hidegkuti 4' Kocsis 7', 88' Lantos 60' | Djalma Santos 18' (pen.) Julinho 65' | Público: 40 000 Árbitro: ENG Arthur Ellis |
27 de junho | Alemanha Ocidental | 2 – 0 | Iugoslávia | Charmilles, Genebra |
17:00 | Horvat 9' Rahn 85' | Público: 17 000 Árbitro: HUN Istvan Zsolt |
Semifinais
30 de junho | Hungria | 4 – 2 (pro.) | Uruguai | Stade Olympique de la Pontaise, Lausana |
18:00 | Czibor 13' Hidegkuti 46' Kocsis 111', 116' | Hohberg 75', 86' | Árbitro: WAL Benjamin Griffiths |
30 de junho | Alemanha Ocidental | 6 – 1 | Áustria | St. Jakob-Park, Basileia |
18:00 | Schäfer 31' Morlock 47' F. Walter 54' (pen.), 64' (pen.) O. Walter 61', 89' | Probst 51' | Público: 58 000 Árbitro: ITA Vincenzo Orlandini |
Disputa pelo terceiro lugar
3 de julho | Áustria | 3 – 1 | Uruguai | Hardturm, Zurique |
17:00 | Stojaspal 16' (pen.) Cruz 59' Ocwirk 89' | Hohberg 22' | Público: 32 000 Árbitro: SUI Raymon Wyssling |
Final
4 de julho | Alemanha Ocidental | 3 – 2 | Hungria | Wankdorf, Berna |
17:00 | Morlock 10' Rahn 18', 84' | Puskás 6' Czibor 8' | Público: 62 500 Árbitro: ENG William Ling |
|
|
Classificação final
A classificação final é determinada através da fase em que a seleção alcançou e a sua pontuação, levando em conta os critérios de desempate.
Pos. | Seleção | Gr | Pts | J | V | E | D | GP | GC | SG |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Final | ||||||||||
1 | Alemanha Ocidental | 2 | 10 | 6 | 5 | 0 | 1 | 25 | 14 | +11 |
2 | Hungria | 2 | 8 | 5 | 4 | 0 | 1 | 27 | 10 | +17 |
Decisão do 3º lugar | ||||||||||
3 | Áustria | 3 | 8 | 5 | 4 | 0 | 1 | 17 | 12 | +5 |
4 | Uruguai | 3 | 6 | 5 | 3 | 0 | 2 | 16 | 9 | +7 |
Eliminados nas quartas de final | ||||||||||
5 | Suíça | 4 | 4 | 4 | 2 | 0 | 2 | 11 | 11 | 0 |
6 | Brasil | 1 | 3 | 3 | 1 | 1 | 1 | 8 | 5 | +3 |
7 | Inglaterra | 4 | 3 | 3 | 1 | 1 | 1 | 8 | 8 | 0 |
8 | Iugoslávia | 1 | 3 | 3 | 1 | 1 | 1 | 2 | 3 | –1 |
Eliminados na fase de grupos | ||||||||||
9 | França | 1 | 2 | 2 | 1 | 0 | 1 | 3 | 3 | 0 |
10 | Turquia | 2 | 2 | 3 | 1 | 0 | 2 | 10 | 11 | –1 |
11 | Itália | 4 | 2 | 3 | 1 | 0 | 2 | 6 | 7 | –1 |
12 | Bélgica | 4 | 1 | 2 | 0 | 1 | 1 | 5 | 8 | –3 |
13 | México | 1 | 0 | 2 | 0 | 0 | 2 | 2 | 8 | –6 |
14 | Tchecoslováquia | 3 | 0 | 2 | 0 | 0 | 2 | 0 | 7 | –7 |
15 | Escócia | 3 | 0 | 2 | 0 | 0 | 2 | 0 | 8 | –8 |
16 | Coreia do Sul | 2 | 0 | 2 | 0 | 0 | 2 | 0 | 16 | –16 |
Artilharia
- 11 gols
- 6 gols
- 4 gols
- 3 gols
- 2 gols
- 1 gol
- Richard Herrmann
- Bernhard Klodt
- Alfred Pfaff
- Henri Coppens
- Djalma Santos
- Raymond Kopa
- Jean Vincent
- Tom Finney
- Jimmy Mullen
- Dennis Wilshaw
- Giampiero Boniperti
- Amleto Frignani
- Carlo Galli
- Benito Lorenzi
- Fulvio Nesti
- Miloš Milutinović
- Branko Zebec
- Tomás Balcázar
- José Luis Lamadrid
- Erol Keskin
- Mustafa Ertan
- Javier Ambrois
- Gols contra
- Ivan Horvat (a favor da Alemanha Ocidental)
- Luis Alberto Cruz (a favor da Áustria)
- Jimmy Dickinson (a favor da Bélgica)
- Raúl Cárdenas (a favor da França)
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