DONS ESPIRITUAIS - Módulo 4 *


DONS ESPIRITUAIS - Módulo 4

COMO ACHAR SEUS DONS ESPIRITUAIS
Antes de começarmos a dar os passos com vistas ao descobrimento dos seus dons, há quatro condições prévias fundamentais que precisam caracterizar a sua vida. Se você deixar de fora qualquer uma dessas condições prévias, perceberá que é muito difícil, se não impossível, descobrir seus dons.
Condições prévias fundamentais para a descoberta dos dons:
Em primeiro lugar, você deve ser um cristão de verdade. Há pessoas que até freqüentam os cultos com certa regularidade, contribuem com dinheiro e até exercem algum cargo... Mas jamais entraram em um relacionamento pessoal com o Salvador, que poderíamos chamar de nascer de novo.
Nesta oportunidade vale a pena revermos o que vem a ser uma autêntica conversão a Cristo, conforme a Epístola aos Colossenses: _______________________
Em segundo lugar, você deve crer nos dons espirituais. Você precisa crer que Deus lhe outorgou um dom espiritual antes que dê início ao processo de descobrimento. Também é mister que você tenha um senso de agradecimento a Deus por haver lhe outorgado algum dom espiritual.
Em terceiro lugar, você deve estar disposto a esforçar-se. Deus lhe deu um ou mais dons espirituais, e isso por alguma razão. Há um trabalho que Ele quer que você cumpra no Corpo de Cristo, uma tarefa específica para a qual Ele lhe tem equipado. Deus sabe se você é sério quanto a trabalhar para Ele. Se você estiver disposto a usar seu dom espiritual com vistas à glória de Deus, bem como ao bem-estar do Corpo de Cristo, Ele haverá de ajuda-lo.
Em quarto lugar, você deve orar. Antes, durante e depois desse processo, você precisará orar. Tiago recomendou: “Se algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente...” (Tg 1:5). Busque a Deus sincera e intensamente, pedindo-lhe orientação. Visto que Deus que você descubra qual o seu dom espiritual, certamente Ele lhe dará toda a ajuda que você vier a precisar. Simplesmente peça e confie que Ele o fará.
Armados com essas quatro condições prévias estaremos prontos para examinar os cinco passos necessários para você descobrir o seu dom espiritual.

Passo 1: Explore as Possibilidades.
Será difícil você descobrir um dom espiritual e não saber, de antemão, o que lhe convirá procurar. O propósito deste primeiro passo é explorar as possibilidades, é familiarizar-se o bastante com os dons que Deus deu ao Corpo de Cristo, a fim de que, quando você descobrir o seu dom seja capaz de reconhecer em que consiste tal dom.
Estude a Bíblia. Naturalmente, a fonte básica de informações sobre os possíveis dons espirituais é a Bíblia. Estude até que você se sinta familiarizado com o que a Bíblia ensina a respeito dos dons.
Leia. Nunca antes, na história da Igreja, houve uma literatura tão farta sobre os dons espirituais como em nossos dias.
Procure conhecer pessoas que exerçam dons espirituais. Converse com crentes que já tenham descoberto, desenvolvido e estejam usando seus dons. Seja abençoado com a experiência destes irmãos.

Passo 2: Experimente o maior número possível de Dons
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Você jamais descobrirá se tem talento para jogar boliche enquanto não experimentar. Você jamais saberá se tem jeito para compor poesias se nunca tentar!

Há dons difíceis de experimentar (como o de martírio, por exemplo!), todavia, a maioria deles não apresenta tal dificuldade. Você pode fazer experiências com os dons e bom será que experimente o maior número possível.

Um ponto permanente consiste em olhar à sua volta para ver que necessidades você seria capaz de identificar. Em seguida, tente fazer alguma coisa para satisfazer essa necessidade. Procure saber quais as necessidades de outras pessoas e da Igreja local. Descubra onde você pode mostrar-se útil em algum sentido e, então, entre em ação.
Mostre-se disponível para qualquer ocupação na igreja. Quando você receber alguma tarefa para realizar, faça-a sob oração. Peça que o Senhor lhe mostre, através daquela experiência, se você tem ou não um dom espiritual compatível com a experiência.
Passo 3: Examine seus sentimentos.
Nosso Deus sabe que se tivermos alegria no cumprimento de uma tarefa faremos um trabalho melhor do que se não gostássemos da mesma. Logo, parte do plano de Deus consiste em combinar o dom espiritual que Ele nos tem dado com os nossos sentimentos, de tal maneira que se realmente tivermos um dom, haveremos de desfrutar prazerosamente do mesmo.
No Salmo 37:4 lemos: “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará aos desejos do teu coração”. Servindo a Deus fielmente teremos a alegria de viver na Sua perfeita vontade.
Passo 4: Avalie a sua eficiência.
Visto que os dons espirituais têm em vista cumprir tarefas, não está fora de ordem esperar que os mesmos funcionem. Se Deus lhe deu algum dom, Ele assim o fez porque quer que você realize algo para Ele, dentro do contexto do Corpo de Cristo. As pessoas espiritualmente dotadas obtêm bons resultados. Se você estiver experimentando um dom e coerentemente descobrir que aquilo que deveria estar acontecendo não acontece, então é provável que você tenha descoberto um outro dos dons espirituais que Deus não lhe deu.
Se você recebeu o dom ministerial de evangelista, então as pessoas aceitarão a Cristo regularmente por meio do seu ministério. Se você tiver recebido o dom da exortação, ajudará pessoas em seus problemas e verá vidas serem endireitadas. Se você tiver recebido o dom de curas, pessoas enfermas serão curadas. Se você tiver recebido o dom da administração, sua Igreja será abençoada pelo seu desempenho. Quando dons espirituais autênticos estão em operação, aquilo que se espera que aconteça estará acontecendo.

Passo 5: Espere confirmação por parte do Corpo de Cristo.
Se você julga que possui um dom espiritual e está procurando exerce-lo, mas ninguém em sua Igreja pensa assim, então o mais provável é que você esteja enganado. Um dom espiritual precisa ser confirmado.

Uma pessoa pode sentir alegria em desempenhar uma função e ainda assim não possuir o dom espiritual respectivo? Sim. Por isso este passo 5 é necessário. Os nossos sentimentos são importantes, mas estão longe de ser infalíveis. Talvez você tenha um profundo desejo de ajudar a outras pessoas, por exemplo. E sinta que Deus o está chamando para o ministério de aconselhamento, através do dom da exortação. Entretanto, se você está fazendo experiências com o aconselhamento, e verifica que durante um certo período de tempo ninguém o procura a fim e ser aconselhado, nem recomenda a seus amigos e parentes que o procurem, nem lhe escrevem notas dizendo o quanto você os tem ajudado, então você terá boas razões para duvidar da validade de seus sentimentos, no que concerne a algum dom espiritual.
A confirmação da parte do Corpo serve de confirmação de todos os passos aqui referidos. Na ordem de apresentação, esse passo é o de número cinco, mas de muitas maneiras é o passo mais importante de todos.
Os dons espirituais são conferidos para serem usados dentro do contexto do Corpo de Cristo. É necessário, por conseguinte, que os demais membros do Corpo tenham a palavra final na confirmação de seu dom.

Conhecendo mais alguns dons espirituais:
DOM 3: DOM DO ENSINO
O dom de ensino é a capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para comunicarem informações relevantes para a saúde e o ministério do Corpo de Cristo e seus membros, fazendo-o de tal maneira que outros sejam capazes de aprender.
Sempre é necessário manter em mente o para que serve o dom de ensino: que as pessoas aprendam. Este dom figura em todas as três listas primárias dos dons espirituais: Rm 12, I Co 12 e Ef 4. Isso não quer dizer que um dom seja mais válido somente porque é mencionado mais de uma vez, embora provavelmente signifique que é mais universal.
Apesar de ser verdade que diferentes Igrejas possuem diferentes conjuntos de dons, virtualmente todas as Igrejas recebem o dom de mestre como parte dessa combinação.
O dom de ensino manifesta-se com muitas variedades. Algumas pessoas recebem o dom de ensino que lhes permite comunicar-se melhor com as crianças. Há pessoas que receberam o dom do ensino e o utilizam no discipulado, como foi o caso de Paulo e Timóteo e de Áquila e Priscila com Apolo (ver Atos 18:26).
Este dom, usualmente, é um dom que envolve tempo integral. Ao inverso de outros dons que usualmente só são utilizados ocasionalmente, como o de libertação ou o de discernimento de espíritos, uma vez descoberto e estando em operação, o ensino geralmente envolve um uso regular e constante, em que muito tempo é dedicado ao estudo e à preparação.
Os mestres que receberam o dom de ensino também se mostram pacientes com seus alunos. Eles criam uma atmosfera, em classe, onde os estudantes sentem-se livres para levantar indagações de qualquer tipo.
DOM 20: DOM DE PASTOR
O dom de pastor é aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para assumirem uma responsabilidade pessoal, a longo termo, pelo bem-estar espiritual de um grupo de crentes.
O vocábulo “pastor” foi tomado por empréstimo das atividades pastoris, particularmente da criação de ovelhas. De modo algum essa ocupação é tão bem entendida hoje como se dava na Palestina no início do Cristianismo. O pastor de um grupo de crentes é a pessoa, abaixo de Jesus (que é o Pastor Supremo), que trabalha no ensino, na alimentação das almas, na cura das feridas de alma, no desenvolvimento do senso de unidade, no auxílio para que as pessoas descubram seus dons.
O dom de pastor com freqüência é vinculado ao dom de mestre, como já vimos em Efésios 4:11. É verdade que o ensino faz parte da responsabilidade daquele que recebeu o dom de pastor, porém o ensino pode envolver uma relação de curto prazo entre professor e estudantes, e ainda assim funcionar bem. Entretanto, o dom de pastor envolve uma relação muito mais paciente e pessoal a longo prazo. Nenhuma Igreja contrata alguém para vir fazer trabalho pastoral por uma semana.
Peter Wagner expõe sua opinião de que leigos recebem o dom de pastor e que, por vezes, pastores de grandes Igrejas não receberam exatamente este dom de pastoreio, embora tenham o título (ele tem em mira exemplos norte-americanos, em que tais pastores são administradores e pregadores).
DOM 4: DOM DE EXORTAÇÃO
Um crente pode manifestar esse dom de duas maneiras diversas: em uma situação de pregação ou de ensino (em um encontro de grupo) ou em uma situação particular de pessoa para pessoa, para satisfazer à necessidade específica de um momento especial. O crente dotado deste dom preocupa-se com o bem-estar espiritual dos irmãos na fé; pois ele tem uma qualidade especial para ministrar palavras de consolo, encorajamento, ânimo e conselho a outros membros do Corpo, de tal modo que estes se sentem ajudados e curados.
O mais eminente exemplo bíblico do dom da exortação foi o companheiro de Paulo, Barnabé, que foi chamado de “filho da exortação”, em Atos 4:36. Barnabé foi instrumento de Deus para introduzir Paulo no ministério, como também para encaminhar João Marcos (que fora recusado pelo apóstolo Paulo).
Todos os crentes têm o dever de cuidar uns dos outros. Lemos em Hebreus 3:13 “exortai-vos mutuamente cada dia”. O estilo de vida dos crentes, em associação uns com os outros, deveria aconselhar, compartilhar e encorajar uns aos outros a todo o tempo. Porém, acima disso, alguns crentes são dotados do dom especial do aconselhamento.
DOM 18: ADMINISTRAÇÃO
O dom da administração é aquela capacidade especial que Deus dá a alguns dos membros do Corpo de Cristo a fim de que ministrem na área de planejamento estratégico e também na execução de planos eficazes para a concretização dos alvos que Ele tem para Sua Igreja.
A palavra grega correspondente ao dom da administração significa “piloto”, aquele que maneja o timão. É o piloto ou timoneiro que está encarregado de levar o navio a seu destino. Essa é uma perfeita descrição da pessoa a quem Deus deu o dom da administração. O timoneiro é aquele que fica entre o proprietário do navio e a tripulação. O proprietário da embarcação toma as decisões básicas quanto aos propósitos da viagem, para onde o navio está indo, e o que será feito, quando este chegar a seu destino. Também cuida de contratar um piloto, monitorando a competência dele. A tripulação, por sua vez, recebe ordens do piloto e faz o trabalho físico necessário para que o piloto conduza o navio ao seu destino.
DOM 10: FÉ
O dom da fé é aquela capacidade especial que Deus dá a alguns dos membros do Corpo de Cristo para poderem discernir, com extraordinária confiança, a vontade e os propósitos de Deus quanto ao futuro de Sua obra.
As pessoas dotadas com o dom da fé usualmente estão mais interessadas pelo futuro do que pela história. Essas pessoas são pensadoras que se concentram nas possibilidades, sem se deixarem desencorajar pelas circunstâncias, pelos sofrimentos ou pelos obstáculos. São capazes de confiar em Deus quanto à remoção de montanhas, conforme verificamos em I Coríntios 13:2. À semelhança de Noé, elas se dispõem a construir uma arca em seco, mesmo diante do ridículo e da crítica, sem jamais tolerarem qualquer dúvida de que Deus realmente enviará um dilúvio.
O célebre George Muller, de Bristol, na Inglaterra, há mais de cem anos atrás, percebeu com clareza a vontade de Deus quanto a orfanatos e não se deixou abater por múltiplos obstáculos, incluindo a quantia de cinco milhões de dólares que precisou levantar. Todo este dinheiro foi recolhido durante o seu período de vida (ele também foi citado quando estudamos o dom da pobreza voluntária!). Muller adotou como norma nunca fazer pedidos diretos por dinheiro, mas seu ministério tornou-se bem conhecido e os fundos foram suficientes. Ele foi um homem de intercessão.
A pessoa com o dom da fé, e que ocupe uma posição de liderança na Igreja local poderá discernir, com um grande grau de confiança, onde Deus quer que a Igreja esteja dentro de cinco ou dez anos. Será capaz de estabelecer alvos. Poderá estabelecer uma atitude de crescimento.
DOM 6: LIDERANÇA
O dom da liderança é aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para estabelecer alvos harmônicos com o propósito de Deus para o futuro, transmitindo esses alvos a outros de tal modo que, voluntária e harmoniosamente, operem juntos para concretizar aqueles alvos para a glória de Deus.
Os líderes precisam de seguidores. Se a qualidade da liderança se deve a um dom (em contraste com algum mero diploma ou poder legal), seus seguidores o farão de forma voluntária. Os líderes dotados por Deus nem manipulam e nem coagem. Antes, geram a confiança própria de quem sabe para onde está indo e qual será o próximo passo. Muitas pessoas querem ser lideradas.
Os melhores líderes não se mostram tensos. Eles sabem o que precisa ser feito e também sabem que não podem fazê-lo, eles mesmos. E assim desenvolvem habilidades no campo da delegação e transferência de responsabilidades para outras pessoas.

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