Questão 134 - ENEM 2010 — Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

134



Texto I


Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas.
RIO, J. A rua. In: A alma encantadora das ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).

Texto II

A rua dava-lhe uma força de fisionomia, mais consciência dela. Como se sentia estar no seu reino, na região em que era rainha e imperatriz. O olhar cobiçoso dos homens e o de inveja das mulheres acabavam o sentimento de sua personalidade, exaltavam-no até. Dirigiu-se para a rua do Catete com o seu passo miúdo e sólido. [...] No caminho trocou cumprimento com as raparigas pobres de uma casa de cômodos da vizinhança. [...] E debaixo dos olhares maravilhados das pobres raparigas, ela continuou o seu caminho, arrepanhando a saia, satisfeita que nem uma duquesa atravessando os seus domínios.
BARRETO, L. Um e outro. In: Clara dos anjos. Rio de Janeiro: Editora Mérito (fragmento).

A experiência urbana é um tema recorrente em crônicas, contos e romances do final do século XIX e início do XX, muitos dos quais elegem a rua para explorar essa experiência. Nos fragmentos I e II, a rua é vista, respectivamente, como lugar que
a
desperta sensações contraditórias e desejo de reconhecimento.
b
favorece o cultivo da intimidade e a exposição dos dotes físicos.
c
possibilita vínculos pessoais duradouros e encontros casuais.
d
propicia o sentido de comunidade e a exibição pessoal.
e
promove o anonimato e a segregação social.

http://hupples.com/#!/grupo/100004/lista/1000025/questao-139



Resolução:

http://veja.abril.com.br/educacao/enem-provas-gabaritos/2010/portugues/Q134.pdf

Questão 134
Texto I
Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e
razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós.
Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque
soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua.
É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades
e às épocas.
RIO, J. A rua. In:
A alma encantadora das ruas
. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).
Texto II
A rua dava-lhe uma força de fisionomia, mais consciência dela. Como se sentia estar no seu reino, na região em
que era rainha e imperatriz. O olhar cobiçoso dos homens e o de inveja das mulheres acabavam o sentimento
de sua personalidade, exaltavam-no até. Dirigiu-se para a rua do Catete com o seu passo miúdo e sólido. [...]
No caminho trocou cumprimento com as raparigas pobres de uma casa de cômodos da vizinhança.
[...] E debaixo dos olhares maravilhados das pobres raparigas, ela continuou o seu caminho, arrepanhando a
saia, satisfeita que nem uma duquesa atravessando os seus domínios.
BARRETO, L. Um e outro. In:
Clara dos anjos
. Rio de Janeiro: Editora Mérito (fragmento).
A experiência urbana é um tema recorrente em crônicas, contos e romances do final do século XIX e início do
XX, muitos dos quais elegem a rua para explorar essa experiência. Nos fragmentos I e II, a rua é vista, respectivamente, como lugar que
A) desperta sensações contraditórias e desejo de reconhecimento.
B) favorece o cultivo da intimidade e a exposição dos dotes físicos.
C) possibilita vínculos pessoais duradouros e encontros casuais.
D) propicia o sentido de comunidade e a exibição pessoal.
E) promove o anonimato e a segregação social.


Resolução
O texto I explora o sentido de comunidade proporcionado pela “alma encantadora das ruas”. Tal encanto reside na sensação de que este espaço “nos une, nivela e agremia” e porque “nós nos sentimos parecidos e iguais”.
Por sua vez, o texto II descreve a consciência que uma mulher possui de sua presença ao se exibir pelas ruas,
“debaixo de olhares admirados”, percebendo “o olhar cobiçoso dos homens e o de inveja das mulheres”.
Resposta: D

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