RIO DE JANEIRO Polícia diz que Filipe Ret aproveita fama para ‘usar e fornecer drogas’ como se as leis ‘não o atingissem’

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RIO DE JANEIRO 

Polícia diz que Filipe Ret aproveita fama para ‘usar e fornecer drogas’ como se as leis ‘não o atingissem’

Inquérito também cita uma música do rapper, alvo de buscas no RJ nesta terça-feira (19). Ret foi autuado por consumo de drogas para uso pessoal, segundo delegado.

Letra de Filipe Ret sobre maconha é citada em inquérito

Para a polícia, “Filipe Ret vive no Brasil como se estivesse na Califórnia” e aproveita sua fama “para livremente usar e fornecer drogas”. O rapper foi alvo de buscas nesta terça-feira (19) no inquérito sobre uma suposta distribuição gratuita de cigarros de maconha em uma festa na Zona Sul do Rio, há cerca de um mês.

Uma pequena quantidade de drogas foi apreendida: “Pelo que foi arrecadado, não caracteriza tráfico. É autuado por consumo de drogas para uso pessoal”, explicou o delegado-ajunto Rodrigo Coelho.

A TV Globo apurou que, no inquérito, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE-RJ) considera que Ret “despreza proibições existentes no Brasil” e “reforça a falsa ideia da seletividade do sistema”. A investigação também citou a letra de “Maconha”, dele e de Marcelo D2, “conhecida do público entusiasta” (veja um trecho acima e leia a letra abaixo):

Olha o Colômbia aí, neguin!
Nóis é abençoado
O ritmo é bom e o baseado deixa mais chapado
Acende, passa a goma e rola pro lado

Nóis não é bagunça não, c*ralho
Ganância sem fim deixou o povo revoltado
A casa caiu, tu se f*deu, seu deputado
Tô bolado! Yeah!

Meu dinheiro é honesto e suado
Fumem maconha
Que mal tem maconha?
Fumem maconha
Aqui tem maconha

Menina dos olhos negros
Cê me faz renascer com esse jeito suave e meigo
Não tô vivo, p*rra! Eu tô vivendo!
A benção do desassossego
Vem pro seu nêgo

Esqueci em que anos estamos
Milhões em recursos somem, é o mal do homem
Pelas asas do céu eu vou me libertar (filha da p*ta)! 
Yeah!

Só sangue azul do Catete jogando a fumaça pro ar
Tá tudo bom e o pé de planta, bota a bola pra rolar
Eu e o t-Rex junto, nada pode nos parar! (pode nos parar)
Eu já falei e repito: Legalize já! (Legalize já!)

Terror vivaz, terror sagaz, é tudo linha de frente (de frente!)
Quer home-grow? Quer do Colombia? Só vir falar com a gente!
Uns até tentam imitar (oi?)
Te digo que jamais serão (jamais)
Eu tenho beck, isqueiro na mão
Tô pronto pra tacar fogo, então passa

Filipe Ret na chegada à Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo

O rapper chegou à Cidade da Polícia no fim da manhã a fim de prestar esclarecimentos.

Antes de entrar, Ret falou a repórteres sobre sua agenda de shows e sobre o lançamento de um single. Ele nada disse sobre a investigação (veja abaixo). Na saída, também não comentou a operação.

A assessoria de impresa de Ret enviou a seguinte nota:

"Após cumprir uma agenda intensa de shows e lançamentos, Filipe Ret foi para Angra dos Reis com a sua família e amigos para um período de descanso. Na manhã desta terça-feira, 19 de julho, o artista foi surpreendido por uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que o conduziu para a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE-RJ), na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte. Houve uma ação em que foram apreendidos pertences pessoais do artista. Filipe Ret, que já se declarou usuário de maconha, foi conduzido à delegacia e foi lavrado apenas um termo relativo à posse de maconha para uso pessoal. Qualquer alegação diferente desta, se trata de uma afirmação descolada da realidade e única e exclusivamente do interesse de terceiros. Filipe Ret agradece o carinho dos fãs, da família e de amigos."

Na Cidade da Polícia, Filipe Ret fala de agenda e de single antes de depor

O cantor estava em Angra dos Reis e foi acordado por policiais civis

Na Cidade da Polícia, Filipe Ret fala de agenda e de single antes de depor

O cantor estava em Angra dos Reis e foi acordado por policiais civis

Segundo o delegado-adjunto Rodrigo Coelho, Ret “ficou surpreso”, mas “se comportou de forma urbana” ao receber os policiais.

O celular dele foi apreendido, e o cantor será autuado por porte de entorpecentes.

Agentes saíram para cumprir no total cinco mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao cantor no RJ, como um estúdio em um prédio no Flamengo, e na casa de shows Vivo Rio.

No edifício do Flamengo, a equipe apreendeu maconha e material para enrolar cigarros. A quantidade não foi informada pela polícia.

Agentes cumprem mandado contra Filipe Ret no apartamento do cantor, no Flamengo — Foto: Reprodução/ TV Globo

Maconha encontrada em casa de Filipe Ret — Foto: Reprodução/TV Globo

Material apreendido em apartamento de Filipe Ret — Foto: Reprodução/TV Globo

A sala no Flamengo teve de ser aberta por um chaveiro, pois estava vazia. A polícia já sabia que Ret tinha ido a Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense, onde se hospedou em um resort de luxo.

Outro local alvo de busca foi o Vivo Rio. De acordo com os investigadores, a administração da casa de shows se negou a fornecer, na íntegra, as imagens da festa “Open Beck” de Filipe Ret.

O g1 ainda não conseguiu contato com a defesa do artista.

Em nota, o Vivo Rio disse que “colaborou e continua colaborando com todo o processo de investigação para este caso”. “As imagens do circuito interno de segurança da casa de espetáculos foram cedidas assim que foram solicitadas”, afirma a nota

Filipe Ret, em foto postada na rede social do próprio artista; aniversário tinha "Open Maconha", segundo investigações — Foto: Reprodução/Instagram

A investigação começou no fim de junho, quando o próprio rapper postou em suas redes sociais fotos e vídeos de uma festa no Vivo Rio.

No evento, chamado “Open Beck” (maconha liberada, na tradução livre), no último dia 21, Ret supostamente ofereceu maconha para os convidados.

Investigação contra Felipe Ret começou no fim de junho, quando o próprio rapper postou em suas redes sociais fotos e vídeos de uma festa — Foto: Reprodução/ TV Globo

A polícia pediu as buscas para identificar outros possíveis envolvidos: “Fornecer droga, ainda que gratuitamente, é tráfico”, diz o delegado titular da DRE, delegado Marcus Amim.

Com o material apreendido, os agentes darão continuidade ao inquérito para identificar todos os envolvidos no crime em apuração.

Evento com o Filipe Ret em Cuiabá é alvo de batida policial; 'foram direto ao camarim', re

No último sábado (16), o cantor se apresentou em Cuiabá, capital de Mato Grosso. Nas redes, ele reclamou que houve atraso em seu show por conta de uma ação da polícia militar local, que revistou todo o seu camarim.

Segundo ele, os agentes foram “direto ao camarim”. O artista se preparava para se apresentar no evento É o Trap é o Funk, que foi interrompido por duas horas.

“Com aquela energia, atrasou todo o evento, esvaziou o local, infelizmente PJ Huodini e Caio Luccass, dois artistas da Nada Mal, não puderam fazer o show. Não aconteceu nada, os caras [polícia] não encontraram nada, só foram para atrasar o evento. Dois moleques super-honestos perderam os shows deles, por conta dessa mentalidade”, declarou Ret.

A Polícia Militar disse que dava apoio a uma fiscalização de poluição sonora e de extrema perturbação do sossego público, junto com outras forças de segurança e a Prefeitura de Cuiabá.

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