OS PROPÓSITOS DAS FESTAS BÍBLICAS.

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"Bem-aventurado o povo que conhece o som festivo. Andará, ó Senhor, na luz da tua face". (Salmo 89.15).
Nossas leis civis não ordenam comemorações. No máximo, estabelecem datas em homenagem a determinados fatos ou pessoas. Alguns desses dias são feriados, mas ninguém é obrigado a comemorar coisa alguma.
Os judeus, entretanto, tinham mandamentos nesse sentido. A lei mosaica determinava a realização de várias festas anuais e todas as pessoas deviam participar.
Até os seus detalhes eram pré-estabelecidos, tais como datas, horários, rituais, o que comer, o que beber e como celebrar.
As principais festividades eram Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos (Lv 23). Sabendo que a lei de Deus só trata de assuntos importantes, concluímos que as festas tinham grande utilidade e importância.
Vejamos alguns motivos que faziam com que as festas bíblicas fossem tão valorizadas:
Deus precisa de festas? Não, mas o homem precisa. O Senhor poderia ter estabelecido apenas proibições e trabalho para o povo, mas ele não fez assim. Nosso Pai se preocupa também com outros aspectos da nossa vida. Deus quer que o seu povo seja alegre e festivo, embora existam também momentos de choro e lamento.
- As festas judaicas, realizadas todos os anos, serviam para que as pessoas olhassem para as coisas boas ao seu redor. Sempre existem motivos para celebrar, mas temos a tendência de focalizar apenas o que falta ou aquilo que deu errado. Por exemplo, a festa de Pentecostes, realizada após a colheita, trazia a atenção dos judeus para o fruto da lavoura. Ele precisava ser visto, valorizado e celebrado. Os frutos perdidos deveriam ser esquecidos.
- Algumas festas eram oportunidades para se lembrar do que Deus fez na história de Israel. A páscoa conduzia as mentes e os corações para aquele dia quando o povo saiu do Egito, tendo sido liberto pela poderosa mão de Deus. Temos tanta facilidade para esquecer daquilo que o Senhor nos deu ou fez por nós. Isto não pode acontecer.
Precisamos nos lembrar da nossa salvação, do perdão dos nossos pecados e de tantos livramentos recebidos, de modo que nunca mais voltemos ao cativeiro.
"Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios." (Salmo 103.2).
- A lembrança é importante para que, no presente, tenhamos uma postura coerente com todas as experiências que tivemos com Deus.
Entretanto, lembrar é também uma oportunidade para agradecer, louvar e adorar. Deixando a murmuração, tenhamos em nossos lábios palavras de gratidão. No contexto judaico, festa é quase sinônimo de culto. Assim deve ser conosco também.
"Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco." (1 Ts 5.18).
- Todas as celebrações eram também oportunidades para que Israel desse testemunho diante de seus vizinhos acerca das obras de Deus e da sua aliança com o povo.
- As festas eram também valiosos recursos didáticos. Por meio delas, as novas gerações aprendiam sobre as experiências que os pais tiveram com Deus. Assim, a fé dos filhos era motivada pelo conhecimento. Diante das dificuldades presentes e futuras, eles teriam esperança com base nas lições do passado.
- As celebrações tinham ainda aspecto profético. A páscoa prenunciava a morte de Cristo (1 Co 5.7). A festa de Tabernáculos parece representar a vinda de Cristo para habitar (`tabernacular') entre nós (João 1.14). A festa de Pentecostes prefigurava a descida do Espírito Santo e o início da Igreja (At 2.1).
A igreja do Senhor Jesus não está sujeita à lei de Moisés, não tendo, portanto, o dever de realizar suas festas tradicionais. Entretanto, podemos aprender os princípios espirituais contidos naquelas celebrações. Nós também devemos ser um povo alegre, aproveitando todas as oportunidades para comemorarmos o que Deus fez por nós.
A ceia do Senhor, de uma forma simples e objetiva, reúne todos os aspectos supracitados. Através dela recordamos a morte de Jesus e tudo o que ele fez por nós e em nós. Quando comemos o pão e bebemos o cálice, lembramos da nossa aliança com Deus e, ao mesmo tempo, anunciamos a segunda vinda de Cristo (I Co. 11.26).
A comemoração do Natal, embora não seja uma ordenança bíblica, também pode ser usada como uma grande oportunidade de testemunho, evangelismo, ensino, comunhão e gratidão. Acima dos aspectos comerciais, dos enfeites, presentes, banquetes ou polêmicas natalinas, prevaleça a lembrança da vinda de Jesus a este mundo, para nos trazer salvação e vida eterna.
Esta ocasião é propícia para falarmos de Jesus, não mais menino, mas o Cristo vivo em nossos corações e atuante em nossas vidas. É tempo de louvor, tempo de adoração, tempo de festa.
Aproveitamos o ensejo para desejarmos a todos os nossos irmãos um feliz natal e um ano novo repleto das bênçãos celestiais.
By Anísio Renato de Andrade
Bacharel em Teologia
www.geocities. com/anisiorenato

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