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Um dia, os imigrantes aglomerados na amurada da proa chegavam à fedentina quente de um porto, num silêncio de mato e de febre amarela.
Santos. — É aqui! Buenos Aires é aqui! — Tinham trocado o rótulo das bagagens, desciam em fila.
Faziam suas necessidades nos trens dos animais onde iam. Jogavam-nos num pavilhão comum em São Paulo. — Buenos Aires é aqui! — Amontoados com trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que pretos guiavam através do mato por estradas esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas donde acabava de sair o braço escravo. Formavam militarmente nas madrugadas do terreiro homens e mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro.
Oswald de Andrade. Marco Zero II –
Chão. Rio de Janeiro: Globo, 1991.
Levando-se em consideração o texto de Oswald de Andrade e a pintura de Antonio Rocco reproduzida acima, relativos à imigração européia para o Brasil, é correto afirmar que
a
a visão da imigração presente na pintura é trágica e, no texto, otimista.
b
a pintura confirma a visão do texto quanto à imigração de argentinos para o Brasil.
c
os dois autores retratam dificuldades dos imigrantes na chegada ao Brasil.
d
Antonio Rocco retrata de forma otimista a imigração, destacando o pioneirismo do imigrante.
e
Oswald de Andrade mostra que a condição de vida do imigrante era melhor que a dos exescravos.
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