Potência (2): História da descoberta do conceito
Potência (2): História da descoberta do conceito
A humanidade demorou milhares de anos para chegar da contagem simples até os cálculos de potenciação.
Uma importante etapa desse percurso foi desenvolvida por Arquimedes, na
Grécia antiga. Esse matemático viveu no século 3 a.C. e fez importantes
contribuições tanto no desenvolvimento teórico, como prático da
ciência.
Em suas especulações, Arquimedes resolveu
calcular quantos grãos de areia eram necessários para encher o
Universo. Essa questão parecia fundamental a Arquimedes. Em sua época, o
Universo era considerado um sistema de esferas com o mesmo centro: o
Sol. Os planetas estavam fixados na superfície de cada esfera.
Os expoentes
Após
calcular o diâmetro dessas esferas, Arquimedes calculou o volume do
Universo e o volume médio de um grão de areia. Fez a divisão final e
obteve como resultado um número enorme. Não poderia usar os números
usuais para escrever esse número, pois resultaria numa extensa e
incompreensível quantidade de algarismos.
Nos
cálculos de Arquimedes apareciam sempre contas de multiplicar em que o
número 10 aparecia repetidas vezes. Fazer contas com aqueles números
enormes era muito difícil. Arquimedes construiu, então, uma tabela e
elaborou um método de escrever números grandes, utilizando algarismos
especiais, que ele chamou de "miríades" - e que hoje conhecemos como
expoentes.
Para isso, ele se utilizava principalmente de potências de base dez. Veja o quadro abaixo:
Número de vezes que o 10 aparece como fator na multiplicação | Resultado |
1 | 10 |
2 | 100 |
3 | 1000 |
4 | 10000 |
5 | 100000 |
... | ... |
Arquimedes
desenvolveu essa tabela até chegar ao que julgava ser o número de grãos
de areia necessários para encher a esfera do Universo: 1051.
Com
seus cálculos, o matemático grego contribuiu para a elaboração da
potenciação e formulou algumas leis e propriedades das potências. Assim
ele criou uma tabela, em que colocava duas séries de números, como se vê
abaixo:
N | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 |
2 | 4 | 8 | 16 | 32 | 64 | 128 | 256 | 512 | 1024 |
Os
números da série de cima (superior) são os expoentes e os da série de
baixo (inferior) são os resultados da potência de 2 elevado ao expoente
correspondente. Quando o número de cima é 5, o de baixo é o resultado de
25, isto é, 32.
A partir dessa tabela, Arquimedes enunciou a seguinte lei:
Se
queremos multiplicar dois números quaisquer, da série inferior,
adicionamos os números correspondentes da série superior e procuramos o
número correspondente a esta soma na série inferior.
Ou
seja: para multiplicar o número 4 por 32, por exemplo, basta tomar os
expoentes correspondentes (2 e 5), somar (7), e procurar o resultado
correspondente (128).
Roberto
Perides Moisés e Luciano Castro Lima, Especial para a Página 3
Pedagogia & Comunicação são, respectivamente, mestre em educação
matemática (USP) e prof. do Col. Santa Cruz e das Universidades Sumaré e
São Judas, e coordenador de matemática do Ceteac - Centro de estudos e
trabalho em educação e cultura.
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/matematica/potencia-2-historia-da-descoberta-do-conceito.htm
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