Tarefa
6
– CAPÍTULO
6
– Caso 5 – Polícia Comunitária – Distrito Federal, em
especial a cidade satélite da Ceilândia
A
Polícia Militar no Distrito Federal
A
presente instituição está organizada em, basicamente, duas grandes
estruturas: uma operacional e outra administrativa. A estrutura
operacional, por sua vez, está subdividida em quatro comandos de
policiamento: Leste, Metropolitano, Oeste e Especializado, todas sob
o comando central da unidade Comando de Policiamento ─ a Gerência
dos Postos Comunitários de Segurança está subordinada a este
comando. Os três primeiros comportam 23 Unidades Policiais Militares
e o último nove. A Polícia Militar está presente em todas as 30
regiões administrativas do Distrito Federal, conhecidas como Cidades
Satélites de Brasília, Capital Federal.
A
estrutura administrativa suporte ao serviço operacional e apoio aos
integrantes da PMDF, existem diversas unidades administrativas
responsáveis pelo planejamento estratégico da corporação e também
pelo seu funcionamento interno, quer seja nos aspectos educacional,
financeiro, orçamentário, de pessoal, de tecnologia da informação
e até mesmo de saúde. Esta estrutura compreende as unidades que
compõem o Comando Geral, assim apresentadas no Quadro abaixo:
Segundo
Cardoso (2009), o quantitativo de policiais militares na ativa é
aproximadamente 15.206, incluindo os que não foram excluídos do
Sistema de Pessoal em decorrência de aprovação em outros concursos
e os que se encontram afastados conforme previsão legal. Desse
total, podemos enfatizar que 39% estão efetivos em Batalhões, 20%
em Companhias Independentes, 14% aquartelados (como no caso do BOPE)
e 8% em unidades especializadas de trânsito (BPTRan e CPRv).
O
produto proporcionado aos cidadãos pela Polícia Militar do Distrito
Federal é a prestação de serviços públicos de preservação da
ordem pública conforme a Constituição da República Federativa do
Brasil, promulgada em 1988, em seu artigo 144, caput, inciso V e §
5o e 6o. Complementa a sua formalização estrutural interna a Lei no
7.289, de 18 de dezembro de 1984, alterada pela seguinte legislação:
Lei no 7.475/1986, Lei no 10.486/2002, Lei no 11.134/2005.
O
Distrito Federal conta com uma área de 5.789,16 km² e, inicialmente
planejada para uma população de 500 mil habitantes, hoje alcança
um total de 2.557.158 habitantes. Possui um Índice de
Desenvolvimento Humano ─ IDH de 0,874, que mede a qualidade de
vida, pode ser comparado a países como a Hungria (0,874) e está
acima do próprio índice brasileiro (0,800). Nacionalmente 10, é o
primeiro do ranking, seguido pelos estados de Santa Catarina (0,840)
e São Paulo (0,833).
Mas
em uma breve análise das 30 trinta regiões administrativas
encontraremos disparidades socioeconômicas. O trabalho do Núcleo de
Estudos Populacionais da CODEPLAN, em parceria com o Fundo de
População das Nações Unidas – UNFPA, apresentam o primeiro
volume da série “Demografia em Foco”, como o tema Indicadores de
Desigualdade Social no Distrito Federal.
As
polícias públicas de segurança pública no DF – O Programa de
Segurança Comunitária
Programa
de Segurança Comunitária é uma política pública de segurança
pública instituído em 23 de dezembro de 2003 pelo Decreto Distrital
no 24.316, o qual ampliava o Decreto Distrital no 24.101, de 25 de
dezembro de 2003, que deu origem aos Conselhos Comunitários de
Segurança. Este foi revogado pelo atual Decreto Distrital no 28.495,
de 4 de dezembro de 2007.
Na
época da instituição do referido programa, o Distrito Federal
promovia ações do Programa Tolerância Zero, o qual foi adaptado da
estratégia de policiamento em Nova Iorque na década de 1990.
A
perspectiva errada da atuação policial tornou evidente o fracasso
do programa anterior. Contudo, com a disseminação da nova Política
Nacional de Segurança Pública, foram criados os Conselhos
Comunitários de Segurança em 2003. Uma fase em que a Segurança
Pública no Distrito Federal deu os primeiros passos a uma possível
parceria com a comunidade. No entanto, os passos não foram firmes,
pois à medida que uma nova cultura era investida pela Secretaria
Nacional de Segurança Pública – SENASP os operadores de segurança
pública não eram esclarecidos sobre o fato.
No
final daquele mesmo ano, o Programa de Segurança Comunitária foi
inspirado nos mesmos princípios da Polícia Comunitária, visando:
[...]
promover, de forma planejada, o contato mais aproximado dos policiais
militares, policiais civis, bombeiros militares e agentes de trânsito
– todos Agentes de Segurança Comunitária – entre si e com os
demais órgãos governamentais, autoridades e demais cidadãos em
suas respectivas comunidades [...].
A
mencionada política pública de segurança pública foi implantada
como projeto piloto contemplando três cidades satélites de
Brasília: Candangolândia,
Cruzeiro
e Recanto
das Emas,
a ser expandido às demais cidades posteriormente.
A
Diretriz de Segurança Comunitária que prevê a integração dos
Órgãos da Segurança Pública adveio pela Portaria da SSP-DF no 30,
de 28 de fevereiro de 2005. Os membros dos órgãos referidos na
legislação passaram a ser denominados no Programa “agentes de
segurança comunitária”.
EICA
Em
2007, os Conselhos Comunitários de Segurança ─ CONSEG´s foram
reformulados pelo Decreto Distrital no 28.495, de 4 de dezembro,
revogando o anterior que os regulava. Este mesmo Decreto dispõe que
a Subsecretaria de Programas Comunitários – SUPROC da Secretaria
de Segurança Pública supervisionará as atividades dos CONSEG´s e
estabelecerá diretrizes e orientações complementares necessárias
ao seu bom funcionamento (art. 12).
Os
postos comunitários de segurança
Os
postos de segurança comunitária (PCS) complementam uma política
pública de segurança pública do Programa de Segurança
Comunitária, que foi promulgada pelo Decreto Distrital no 24.316, 23
de dezembro de 2003. Essa política baseou-se nas experiências de
Nova Iorque, EUA, com o programa “Tolerância Zero” na década de
1990, e dos postos comunitários centenários no Japão, denominados
kobans.
Em
2006/2007, o Projeto de Postos de Segurança e Cidadania como
Programa Comunitário de Referência Social ─ PCRS, inspirado em
experiências de sucesso no Estado de São Paulo, foi desenvolvido
para implantação de postos pilotos modelos na Asa Sul (oito no
total) e seriam posteriormente expandidos às demais regiões
administrativas, num total de 300.
Segundo
o referido Projeto, o conceito dos postos se constitui em uma base
comunitária social e operacional em forma de célula de polícia
comunitária que visa congregar e atender as comunidades locais,
tornando-se um ícone referencial, integrando as demais atividades
praticadas pela corporação e que se façam necessárias à
comunidade local. Estruturalmente, são equipados desde a mobília
até os recursos atinentes à atividade comunitária, comandadas por
um Sargento do quadro de combatentes, com o nome divulgado à
comunidade. Com respeito ao funcionamento, cabe ao comandante da base
comunitária o trabalho de prevenção comunitária na respectiva
comunidade.
O
Projeto (2006, pp. 26-27) assim prevê as unidades de trabalho:
As
unidades do PROGRAMA COMUNITÁRIO DE REFERÊNCIA SOCIAL POSTO DE
SEGURANÇA E CIDADANIA serão constituídas, por uma sala de
atendimento ao público, sala de reconhecimento com dispositivo de
detenção momentânea, sala de monitoramento do CFTV (Circuito
Fechado de TV) e radiocomunicação, sala de comando e atendimento
reservado, banheiros, sala de material, sala de descanso, copa, sala
de múltiplas funções, com capacidade para reunir trinta pessoas,
constituindo-se num verdadeiro ponto
de
referência para a comunidade do bairro. Os equipamentos individuais
para os policiais militares participantes do programa são os
seguintes: uma arma de porte individual (pistola .40), tonfa, algema,
clava química, colete balístico e HT. Como equipamentos acessórios,
os necessários para controle de trânsito, visores noturnos,
binóculos, palm tops, computadores, televisores, entre outros (grifo
nosso).
As
rondas a pé em sua maioria constituem uma maneira fácil de afastar
o policial militar do sistema de acionamento emergencial de
radiopatrulha, permitindo que se mesclem com o público, fora de um
contesto do policiamento preventivo em movimentos reivindicatórios.
Desta forma, estendem, aprofundam e personalizam a interação, além
de reduzir o medo do crime, principalmente nos locais onde o Estado
parece não estar presente, como por exemplo: muitas pichações,
descumprimento de pequenas regras, vandalismos, mendigos pela rua,
crianças de rua, bebedeiras em público, música alta, todas
pequenas alterações percebidas e resolvidas pelo policiamento a pé.
E é necessária a intervenção da Polícia Militar para tornar
clara a presença do estado e impedir que os bons moradores se mudem
em busca de um bairro melhor. Wilson e Kelling sugerem que a polícia
dê uma atenção especial à manutenção da ordem em bairros que
estejam se inclinando na direção da desorganização social.
Percebe-se que é vital demonstrar que o Estado está presente e
dominando a situação. E como afirmam Skolnick e Bayley, a
manutenção da ordem representa uma ampliação dos propósitos do
policiamento, ultrapassando a estrita supressão dos crimes para
chegar ao desenvolvimento de comunidades nas quais se pode viver
dignamente.
Os
Policiais Militares envolvidos no Programa deverão ser preparados,
por meio de curso específico, dinâmico e conciso, de pequena
duração (proposta anexo), para desempenho das ações determinadas,
tais como, ouvir o que a população tem a dizer, mesmo que seja
desagradável, inclusive realizando periodicamente, nas instalações
do Posto, reuniões comunitárias; O trabalho não pode ser pautado
na filosofia de mão única, como se a culpa fosse da população que
não avisou.
Foram
analisadas e previstos 43 postos para a cidade de Ceilândia, sendo
que atualmente há nove em funcionamento.
Quanto
ao efetivo destinado à atuação nos mencionados postos, o Projeto
(2006, p. 32) relata que:
Dentro
dessa ótica [...] o efetivo destinado ao policiamento de segurança
e cidadania que é de 9.000 Policiais Militares, alocados nos 300
postos, chega-se ao impressionante resultado de um policial para cada
grupo de 266 habitantes. (só no policiamento comunitário); bem
próximo dos padrões da ONU.
Considerando
os valores expostos e que, em média, um sexto do efetivo nos postos
está em afastamentos diversos (férias, licenças, dispensas etc.),
a equipe total do posto contará apenas com 25 policiais militares.
Figura
1.Observe o modelo de base comunitária em São Paulo.
Fonte:
Autor.
A
filosofia adotada no planejamento do projeto foi o Modelo de Polícia
Comunitária, bem como sua estratégia.
O
conceito de segurança e cidadania, lastreados na modalidade de
policiamento comunitário e a visão de unidades de vizinhança
convergem para um fim social, qual seja, a qualidade de vida, o bem
estar social e a efetiva participação da comunidade na execução
das políticas públicas de segurança, constituindo uma demanda da
sociedade brasiliense, com reflexos diretos na qualidade de vida dos
moradores da capital de todos os brasileiros. (PROJETO, 2006, p.33)
A
segurança orgânica dos denominados Postos Comunitários de
Vizinhança (projeto-piloto) também foi tratada com devido valor,
tal como as rotinas operacionais dos postos e as normas gerais de
atuação dos policiais foram previstas.
A
estrutura dos Postos Comunitários de Segurança – PCS
Segundo
o sítio oficial da Polícia Militar do Distrito Federal, foram
inaugurados 79 PCS´s em todo o Distrito Federal. O programa prevê a
criação de 300 novos postos, com a intenção de atingir esse
número até o final de 2010. A quantidade de postos foi planejada
segundo a proporção residencial, resultado o valor de um PCS para
cada dois mil domicílios. Cada PCS (módulo simples) custa em sua
implantação, no mínimo, R$ 104 mil aos cofres públicos, sendo que
os de módulo duplo são de R$ 60 a R$ 70 mil mais onerosos.
Os
PCS´s são estruturas móveis, de aço e fibra de vidro, sobre uma
plataforma de concreto os quais podem ser deslocados conforme a
necessidade social. Cada um possui em média 16 policiais militares,
fixos e em viaturas, que têm o posto como base de seu policiamento.
A definição dos locais de instalação dos postos foi e está sendo
discutida com as lideranças comunitárias de cada cidade, no intuito
de atingir, com margem mínima de erro, as necessidades específicas
de cada comunidade (PMDF, 2009).
Conforme
o planejamento inicial de implantação dos PCS´s, todos seriam
constituídos de: sala de atendimento ao público, sala de
reconhecimento com dispositivo de detenção momentânea, sala de
monitoramento do Circuito Fechado de TV ─ CFTV e radiocomunicação,
sala de comando e atendimento reservado, banheiros, sala de material,
sala de descanso, copa, sala de múltiplas funções, com capacidade
para reunir 30 pessoas, constituindo-se em um verdadeiro ponto de
referência para a comunidade do bairro.
No
concernente aos equipamentos individuais para os policiais militares
participantes do programa, seriam os seguintes: uma arma de porte
individual (pistola .40 e munições), tonfa, algema, clava química,
colete balístico e HT.
Pesquisas
realizadas ao Programa de Segurança Comunitária e aos PCS’s
No
Distrito Federal, foram realizadas ou solicitadas pela Subsecretaria
de Planejamento e Capacitação – SUSPLAC da Secretaria de
Segurança Pública três pesquisas sobre o Programa de Segurança
Comunitária: 1) avaliação sobre as três cidades satélites que
formam o projeto piloto do programa (Cruzeiro, Candangolândia e
Recanto das Emas) em novembro/2005; 2) implantação sobre os PCS´s
em nove regiões administrativas, setembro/2007; e, 3) uma pesquisa
de opinião sobre o projeto dos PCS´s realizada em 13 regiões
administrativas em outubro-novembro/2008.
A
primeira pesquisa que foi realizada nas cidades satélites Cruzeiro,
Candangolândia e Recanto das Emas integrantes do projeto piloto do
Programa de Segurança Comunitária, em 2005, pelo instituto de
aprendizagem profissional FORMAR.
A
pesquisa está subdividida em qualitativa e quantitativa,
interessando relatar as recomendações concernentes àquela.
Quadro
1. Recomendações da pesquisa qualitativa.
A
qualitativa apresentou, entre outras, as seguintes recomendações a
partir das análises realizadas nas três cidades:
Pesquisa
sobre a implantação dos PCS´s
Em
setembro de 2007, aproximadamente oito meses antes da inauguração
dos primeiros PCS’s, foi realizado presente trabalho em nove
locais, sendo eles: Areal (Taguatinga); Arniqueiras (Águas Claras);
Engenho das Lajes; Núcleo Bandeirante; Park Way; Setor Comercial
Sul; Sobradinho QD 8; Sobradinho QD 18; Sobradinho II – AR 13.
Com
relação aos problemas locais, os resultados mostraram-se bem
diferenciados, demonstrando as particularidades de cada um. Os
problemas nas comunidades foram avaliados separadamente aos em
comércios locais.
Quanto
ao principal problema nas comunidades (exceto Setor Comercial Sul):
»
Areal (Taguatinga): tráfico e consumo de drogas;
»
Arniqueiras (Águas Claras): iluminação pública inadequada;
»
Engenho das Lajes: precariedade no transporte coletivo;
»
Núcleo Bandeirante: roubos/furtos em veículos;
»
Park Way: precariedade no transporte coletivo;
»
Sobradinho QD 8: roubos/furtos em residências;
»
Sobradinho QD 18: tráfico e consumo de drogas;
»
Sobradinho II – AR 13: tráfico de drogas.
Quantos
aos principais problemas nos comércios locais (incluído Setor
Comercial Sul), são apontados o policiamento insuficiente, os roubos
e furtos em comércios e a presença de pessoas desordeiras.
Podemos
destacar, por fim, que as medidas prioritárias, relatadas pela
própria população local, a serem implementadas nas comunidades
são: os programas educativos, o aumento dos agentes de segurança
pública e viaturas e melhoria na iluminação pública. A instalação
de PCS’s, no Park Way, foi indicado com 73,1% das escolhas,
perdendo apenas para medidas mencionadas. Sobradinho QD18 foi o local
em que menos se desejou os PCS’s com 7,5%. Nos demais locais, a
média ficou em torno de 30% das opções.
Pesquisa
de opinião dos PCS´s
Concluída
no início de 2009, mas realizada em novembro de 2008, esta pesquisa
procurou abordar a aceitação ou alteração na qualidade de vida
das comunidades que foram 36 contempladas com os PCS’s. A pesquisa
abrangeu 13 PCS’s nas seguintes cidades satélites:
»
Águas Claras (2o BPM): Qd. 103;
»
Brasília (1o BPM): EQS 216/416 Asa Sul;
»
Brazlândia (9a CPMInd): QS 14;
»
Ceilândia (8o BPM): Condomínio Privê;
»
Gama (9o BPM): QD 24, Setor Leste;
»
Planaltina (14o BPM): Área ao lado da EC 63;
41
ESTUDO
DE CASOS EM POLICIAMENTO COMUNITÁRIO │ UNIDADE ÚNICA
»
Recanto das Emas (18a CPMInd): Rua da Gameleira, Praça Central;
»
Riacho Fundo I: AC3, Praça Central;
»
Riacho Fundo II (19a CPMInd): QD 510;
»
Samambaia (11o BPM): QR 415;
»
Santa Maria (14a CPMInd): QR 417/418;
»
São Sebastião (17a CPMInd): EQ 10/6;
»
Taguatinga (2o BPM): Área Especial 4/1, Vicente Pires.
Em
linhas gerais os resultados apontaram boas perspectivas, mas também
que há muitos aspectos a melhorar tanto na organização policial
militar como na comunidade.
Os
resultados mostraram que 41,8% dos respondentes se sentiam sem
segurança alguma e 38,2% se sentiam pouco seguros antes da
instalação do PCS. Mas após a instalação, 64,1% dos respondentes
sentem-se mais seguros. No entanto, 32,6% dessas pessoas responderam
que nada mudou após a instalação dos Postos.
Uma
informação interessante é de 69,5% dos pesquisados consideram que
a comunidade está mais interessada pelos assuntos de segurança
pública a partir da instalação do PCS.
O
trabalho proporcionou aos avaliados que oferecessem sugestões sobre
o projeto dos PCS’s. As sugestões mais citadas foram: aumentar o
número de policiais/viaturas com 38,7%, intensificar as rondas e
abordagens na área do posto com 34,9% e divulgar o projeto/promover
a interação com a comunidade com o percentual de 19,5%.
Com
relação aos policiais militares que atuam nos PCS’s, 50,0% não
possuem capacitação formal em segurança comunitária e 47,7%
desses profissionais possuem a referida capacitação.
Ceilândia
Ceilândia,
antes de sua inauguração em 27 de março de 1971, era uma Campanha
de Erradicação de Invasões ─ CEI. Hoje são, aproximadamente,
378 mil habitantes. É a cidade satélite mais populosa do Distrito
Federal, em uma área de 230 km². Comparativamente, tem uma área
maior que a de João Pessoa-PB e é mais populosa que Vitória-ES.
Sua autonomia política e administrativa ocorreu somente com a Lei no
49, de 25 de dezembro de 1989.
42
A
decisão por delimitar a cidade decorre do fato do pesquisador estar
envolvido ao contexto sociocultural e às problemáticas da mesma.
Ceilândia – DF é uma cidade satélite, região administrativa de
Brasília, RA IX, situada a 25 km da Capital. Seu complexo
habitacional envolve residências, comércios, escolas e área rural.
Possui todos os órgãos de segurança pública (PM, BM, PC, Defesa
Civil), é politizada e organizada em associações e CONSEG. Sofre
com crimes, com o medo do crime, desordens sociais e violências
diversas. Com isso, tem todos os requisitos para que o Programa de
Segurança Comunitária seja eficiente por meio do PCS’s. É um
modelo social bastante perspicaz para um estudo de caso em Polícia
Comunitária.
O
contexto social
Segundo
a CODEPLAN, em uma pesquisa realizada em 2004, mas publicada em 2007,
a Ceilândia se encontra numa faixa de grupo em que as
características socioeconômicas são semelhantes, tendo como pares
São Sebastião e Gama. Apesar das particularidades dos componentes
desse Grupo (3), consideraremos as informações para efeito de
conhecimento. Citaremos alguns aspectos dos indicadores demográficos,
de renda, domiciliares, educacionais e culturais.
Conforme
o levantamento, a Ceilândia possui uma renda média per capita de
1,2 salários mínimos (SM). No entanto, Nas três primeiras classes
de rendimentos do seu Grupo (0 a 1SM; 1 a 2SM; 2 a 5SM), que
corresponde a 68,1% dos seus domicílios, está concentrada a renda
de até 5 SM. Ou seja, quase dois terços da população ganha menos
de 5 SM, sendo que 17,7% tem renda inferior a 1 SM.
Com
relação aos indicadores demográficos, podemos citar que da
população total 50,6% são mulheres. Em agrupamentos de faixa
etária 0-14, 15-64 e acima de 65 o percentual da população é
26,6%, 69% e 4,4% respectivamente. A Participação relativa das
mulheres de 15 a 49 anos é 60,4%. A idade média da população é
28,1 anos.
A
média de pessoas por domicílio é de 3,8. Os indicadores
domiciliares de infraestrutura, conjunto de instalações necessárias
que garantem a o bem-estar, apresenta boas condições dos serviços
públicos prestados de rede geral de água, rede geral de esgotamento
sanitário, coleta de lixo urbano e iluminação pública, com
exceção de rede de águas pluviais.
Respeitante
aos indicadores educacionais e culturais, faremos uso da Tabela 1
para explicitá-los, comparando com os valores do Distrito Federal.
43
ESTUDO
DE CASOS EM POLICIAMENTO COMUNITÁRIO │ UNIDADE ÚNICA
Quadro
2. Indicadores Educacionais e Culturais no DF, 2004.
Fonte:
CODEPLAN/PDAD (1) Relação entre as pessoas que não sabem
ler/escrever e a população de 15 anos ou mais multiplicado por cem.
Conferindo
a Tabela 1, constatamos que a taxa de analfabetismo na Ceilândia é
maior do que a do DF e que apenas na população de 7 a 14 anos o
índice se assemelha ao distrital. Nos demais indicadores, a
Ceilândia está sempre abaixo dos valores do Distrito Federal.
O
contexto criminal
Conforme
um Relatório de Análise Criminal da SSP, comparando dados de 2007 e
2008, o percentual de crescimento da criminalidade na Ceilândia, por
100 mil habitantes, da criminalidade geral do DF, foi de 2,6% maior
comparado o ano 2008 com o anterior. No prosseguimento da comparação
anual 2007-2008 (por 100 mil habitantes), com relação aos crimes:
»
os crimes contra a pessoa decresceram 3,6%, no entanto, foi a que
mais contribuiu, em número absoluto, entre todas as outras cidades
pesquisadas;
»
nos crimes contra o patrimônio, teve um aumento de 3,5%, sendo a
oitava na relação das pesquisadas. Brasília, Lago Sul e Taguatinga
encabeçaram a lista;
»
os crimes contra os costumes apresentaram uma alta de 15,4%,
assumindo a quarta posição, seguindo Paranoá, Lago Sul e
Brazlândia;
No
geral, com relação aos crimes: (1) Houve redução: roubo de carga,
roubo qualificado com extorsão; tentativa de estupro; furto em
residência e lesão corporal; (2) Houve aumento: roubo de veículo,
roubo com restrição da liberdade (sequestro relâmpago), estupro e
roubo a posto de combustível.
No
tocante à produtividade policial na Ceilândia, por 100 mil
habitantes, cresceu 10,0% pelo mesmo relatório, comparados os anos
2007 e 2008.
44
O
mencionado relatório criminal analisa da seguinte forma o
comportamento das naturezas criminais na Ceilândia.
Na
RA Ceilândia houve redução em 24% das naturezas criminais, 8% das
naturezas mantiveram estabilidade e 68% apresentou crescimento. Os
crimes que tiveram crescimento foram: roubo a caminhão de bebidas,
roubo de veículo, roubo com restrição de liberdade da vítima,
estupro, roubo a posto de gasolina, tentativa de latrocínio, furto
de veículo, roubo em coletivo, furto em veículo, roubo em comércio,
homicídio, latrocínio, tentativa de homicídio, furto em comércio,
atentado violento ao pudor, roubo diversos e roubo em residência.
Das naturezas criminais consideradas como problema, isto é, de maior
frequência de número de registro, fazendo parte dos 95% das
naturezas criminais mais registradas na RA Ceilândia, destacam-se:
roubo de veículo, furto de veículo, roubo em coletivo, furto em
veículo, roubo em comércio, furto em comércio e roubo diversos que
apresentaram aumento, no comparativo 2007 / 2008 (2009, p.34).
Nesta
mesma pesquisa proporcionada pela ACTO, questionados sobre a
incidência de sofrimento sobre a própria pessoa ou alguém da
família nos dois últimos anos (20042005), os dados apresentaram
positivamente quanto aos crimes:
»
vítima de violência: 23,3%;
»
furto/tentativa de furto: 30,6%;
»
roubo/tentativa de roubo: 66,1%;
»
lesão corporal/tentativa de lesão corporal: 16,8%;
»
sequestro/tentativa de sequestro: 1,6%;
»
homicídio/tentativa de homicídio: 9,3%; e,
»
agressão sexual/tentativa de agressão sexual: 1,6%.
Segundo
as inferências da pesquisa, os principais problemas na Ceilândia
são a violência (29%), a saúde (26,1%) e o desemprego (23%).
Sobre
o conhecimento, nos últimos 12 meses, de alguma tentativa ou roubo/
arrombamento na vizinhança, os entrevistados responderam “sim”
em 52,5%, e para 58% desses, o fato foi registrado; no caso de
tentativa ou furto, no mesmo contexto, 44,9% informaram
positivamente, tendo sido registrados 52,9%; a respeito de tentativa
45
ESTUDO
DE CASOS EM POLICIAMENTO COMUNITÁRIO │ UNIDADE ÚNICA
ou
agressão sexual, a resposta “sim” foi de 11,5%, e os registros
61,1%. É perceptível que quanto maior a reprovação social do
fato, maior a aversão à impunidade.
Na
época, a pesquisa da ACTO apresentou que a opinião popular sobre a
qualificação do policial no DF para o atendimento às vítimas de
crimes na Ceilândia é considerada regular em 52,8%, ruim em 23,3% e
boa em 20,7%.
Concernente
às características da Polícia Militar, a percepção populacional
ceilandense pela ACTO é: 49,60% é lento/moroso contra 14,10%
rápido/ágil; 28,70% é competente contra 11,40% incompetente;
19,60% eficiente e 15,70% ineficiente. Reduzindo a termos, a
população percebe a PM como morosa, competente e razoavelmente
eficiente.
Os
postos comunitários de segurança pública na Ceilândia
Com
relação à qualidade da estrutura física e dos recursos humanos
dos cinco PCS’s avaliados, podemos mencionar os seguintes aspectos:
»
condições das instalações;
»
condições dos recursos materiais disponíveis ao policiamento;
»
tempo de serviço policial militar e tempo de atuação nos PCS’s;
»
grau de instrução e formação na filosofia de polícia
comunitária;
»
escala e policiamento;
»
motivação e perspectivas.
Trataremos
os PCS’s por sua numeração: PCS 005 (Condomínio Privê); PCS 024
(EQNN 3/5); PCS 025 (QNO 16); PCS 026 (QNP 28); PCS 027 (CNM 1).
Condições
das instalações
Em
virtude do material da estrutura física do PCS e da visibilidade
promovida pela política pública, e sua teórica mobilidade, as
condições das instalações não promovem a segurança dos
policiais, em decorrência da exposição pelas partes envidraças e
não envidraçadas (aço e fibra de vidro). Por estas mesmas
condições, a temperatura dentro do posto acompanha a situação
climática diurna e noturna, sendo que nesta a temperatura interna
cai e naquela é elevada.
46
Em
alguns postos a iluminação pública é precária (existente com
restrições – PCS 024) e estão próximos a locais ermos (PCS
005).
Em
determinados locais os módulos são duplos (PCS’s 024 e 027) e
outros são simples (PCS’s 005, 025 e 026), no entanto não
oferecem (possuem) espaço para a reunião com a comunidade local,
sendo inadequado para promover a interação entre polícia e
sociedade e a mediação de conflitos dentro desta.
Figura
2. As fotografias abaixo apresentam os módulos do PCS 024 e 027.
Condições
dos recursos materiais
Os
recursos materiais podem ser estratificados em orgânico pessoal e
permanente do posto. O material permanente do posto é escasso. Há
computadores em dois quintos dos postos; há radiocomunicador; não
material bélico local; em virtude até de sua fragilidade
estrutural; não possui viaturas permanentes. A equipe do posto fica
dependente do apoio das guarnições de radiopatrulha.
Os
materiais pessoais ainda são acautelados no Batalhão e em seguida
há o deslocamento para a área de atuação. São básicos o colete
balístico, a pistola .40 e munições e tonfa. Decorre disso uma
perda de tempo ou para o policial ou para o posto.
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ESTUDO
DE CASOS EM POLICIAMENTO COMUNITÁRIO │ UNIDADE ÚNICA
Segundo
a pesquisa, 56,1% dos policiais militares percebem as condições dos
recursos materiais como ruins e 22,8,3% aceitável. Para as
instalações nos postos, 42,1% vislumbram como ruim e 33,3% como
aceitável.
Indicadores
de processos patrulhamento na comunidade
No
período da pesquisa vigorava na corporação a padronização da
escala de 24x72, inclusive nos PCS’s. Ficou constatado que nos
últimos 30 dias, apenas 14% estiveram exclusivamente na atividade de
policiamento comunitário. Os outros 86% estiveram escalados em
radiopatrulhamento, policiamento a pé diverso, expediente e outros.
Essa
questão dificulta o fortalecimento e a consolidação da filosofia
na comunidade de atuação do policial, em virtude de não ser
valorizada a responsabilidade espacial (territorial) e sim a temporal
(em turnos). Com isso, o policiamento comunitário fica prejudicado à
bem do interesse da administração policial militar da área que
busca reduzir os claros de outras modalidades.
Os
resultados apresentaram que 52,6% realizam patrulhamento a pé entre
uma e três horas por serviço com o intuito de conhecer os problemas
locais da comunidade, 24,6% até uma hora por serviço e 19,3% entre
três e seis horas. E se a condição é buscar apoio de outros
órgãos públicos para realização do serviço policial militar,
50,9% o faz constantemente, 21,1% às vezes e 28,1% nunca buscou tal
apoio.
Em
relação à comunidade esses valores invertem, pois 43,9% nunca
buscaram apoio nela, 35,1% já buscaram e 21,1% às vezes. Dentre
aqueles que buscaram a mencionada cooperação, 45,6% não obtiveram,
29,8% obtiveram e 24,6% não responderam a questão.
Certamente
os fatores apresentados definem os percentuais descritos quanto à
consideração policial sobre o preparado da comunidade revela que
49,1% daqueles acreditam que não está seguido por 47,4% que está
parcialmente e apenas 3,5% que está preparada.
As
opiniões estão bem dividias no que diz respeito à autonomia do
policiamento comunitário: 47,4% julga não ter, 45,6% julga ter
parcialmente e somente 7% acredita ter totalmente.
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Capacitação
em polícia comunitária
Na
formação do novo modelo policial, 73,7% têm conhecimentos obtidos
em sua grande parte em cursos – SENASP (EAD) e pela Secretaria de
Segurança Pública local – com 28,1%. As demais obtenções vêm
de estágios, palestras, cartilhas e preleções no serviço.
Reuniões
de organizações sociais (CONSEG’s)
Segundo
o Relatório Anual (2008) e Parcial (2009), relativo aos Conselhos
Comunitários de Segurança, elaborados pela Diretoria de Integração
e Articulação Comunitária, a qual integra a Subsecretaria de
Programas Comunitários – SUPROC da Secretaria de Segurança
Pública do Distrito Federal, na cidade de Ceilândia foram
realizadas oito reuniões do CONSEG, junho/2008-abril/2009,
totalizando 153 (cento e cinquenta e três) participantes. Se
desconsiderarmos, conforme tal relatório, que a reunião do mês de
agosto/2008 não houve quorum, em média, participaram 22 pessoas por
encontro.
E
ainda, a questão da coletivização da problemática em segurança
pública não foi alcançada pela comunidade na Ceilândia. Se
ponderarmos nos cinco PCS’s os seus dois mil domicílios,
perfazendo dez mil ao todo, somente 1,53% desses indivíduos
contribuem e levam ao CONSEG suas questões comunitárias. Realmente
um número muito aquém do esperado pela política pública de
aproximação e de Segurança Cidadã. E supondo a relação entre os
todos habitantes da Cidade, esse número tende a zero (0,04%).
Nesta
pesquisa, 81,6% dos entrevistados desconhecem a existência do CONSEG
na Ceilândia. Isso demonstra pouca visibilidade dos Conselhos e/ou
reduzido interesse em estar mobilizado socialmente.
Percepção
sobre a interação polícia-comunidade
O
conhecimento sobre a modalidade de policiamento comunitário alcança
a marca de 52,6% dos entrevistados. A localização e o acesso do PCS
são fáceis para 81% dos populares. Do total, 36,8% já precisou dos
serviços da PM.
Nesse
contexto de percepção institucional em que se confundem as ações
policiais isoladas e a corporativa, a comunidade expressou quanto à
imagem da PM que em 36,8% está indiferente à sua atuação, 26,3%
está muito satisfeita e 23,7%, muita insatisfeita. Ela percebe que
em 63,2% dos cidadãos reconhecem a divulgação/visibilidade dos
serviços da PM.
Contribui
para essas observações a dinâmica de patrulhamento a pé para
contato com a comunidade, com a insatisfação de 47,4%, satisfeitos
21,1% e muito satisfeitos 15,8%.
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ESTUDO
DE CASOS EM POLICIAMENTO COMUNITÁRIO │ UNIDADE ÚNICA
Contrariamente,
a população afirma que está satisfeita 55,3% com a capacitação
pessoal demonstrada pelos policiais do PCS e 26,3% são indiferentes
quanto a isso, considerando que 36,9% estão satisfeitos/muito
satisfeitos com a presença constante da PM na região. Quanto a esse
último aspecto, os cidadãos são influenciados pela
indisponibilidade do policial militar na ocasião em que se encontram
apenas no PCS.
Questionados
quanto ao nível de satisfação da solução dos problemas no
primeiro contato policial, 47% estão insatisfeitos ou muito
insatisfeitos.
Por
fim sugeriram, para melhorar o policiamento, melhorar o convívio
entre polícia e comunidade (60,5%) e manter o policial fixo na área
de atuação para agir mais próximo ao cidadão (39,5).
Qualidade
de tratamento entre polícia-comunidade
Neste
indicador foram abordados a cortesia, presteza, rapidez e papel
preventivo. (1) A população está muito satisfeita (26,3%) e
insatisfeita (7,9%). (2) Relativo à presteza, 55,2% demonstraram
estar satisfeitas ou muito satisfeitas. (3) Na rapidez no
atendimento, há satisfação de 42,1%. (4) E quanto ao papel
preventivo, apenas 23,7% optaram pela satisfação. Infere-se que a
comunidade tem por razoável a qualidade do tratamento entre polícia
e sociedade. O que importa observar é considerável valorização
pela comunidade quanto à mudança do interesse no atendimento
(presteza) pelo policial militar no PCS.
Quanto
aos indicadores de qualidade
Indicadores
de impacto:
Vitimização
Ao
analisarmos os registros de ocorrência na localidade dos PCS’s
(Tabela 1) instalados na Ceilândia e compará-los ao ano anterior,
constataremos que houve um decréscimo no total de registros de
20,5%. Esses valores indicam a generalidade dos crimes. Se fossemos
verificar a particularidade das infrações possivelmente
constataríamos a redução de alguns tipos e o aumento de outros.
Contudo, no geral, um significativo percentual quanto ao evento de
prevenção situacional dos crimes com a presença dos postos. Não
está excluída a possibilidade do deslocamento de determinados
delitos
ocasionados
pela presença policial (por exemplo: pichadores passaram a incomodar
em outros locais/horários).
Tabela
1. Comparartivo da ocorrência de crimes nas comunidades dos PCS’s,
2007/2008.
Percepção
do medo do crime
Os
resultados apresentaram que 34,2% têm um alto receio de serem
vítimas de qualquer delito na comunidade e seguido de 28,9% dos que
têm um receio muito alto. Observamos que o receio do crime ainda
está presente na comunidade, apesar da presença do PCS. Continuam a
precariedade das relações sociais que contribuem para o controle
social informal.
Problemas
encaminhados ao PCS e ao CONSEG para conhecimento
Segundo
as comunidades abordadas, 52,6% levam os problemas locais ao
conhecimento dos agentes comunitários no PCS. Em contrapartida,
76,3% não encaminham os problemas ao Conselho de Segurança
Comunitário da Ceilândia. Nesse aspecto, as comunidades em geral
apresentam baixo índice de grupalização, priorizando apenas as
dimensões geográficas imediatas ao posto.
Indicadores
de qualidade de vida:
Qualidade
de vida na comunidade
Embora
tenha proporcionado significativa melhora na qualidade de vida na
comunidade, a percepção do vandalismo (pichação, depredação
etc.) considerada alta e muito alta é de 31,6%. Quanto à desordem
local (lotes vazios, sujeira, iluminação etc.), 10,5% declarou a
significativa melhora.
ESTUDO
DE CASOS EM POLICIAMENTO COMUNITÁRIO │ UNIDADE ÚNICA
A
questão do encarceramento involuntário
Salamanca
(2004), em seus estudos sobre a Segurança Cidadã, apresentou um
indicador de resultado o qual tem profunda relação com a qualidade
de vida na comunidade que ele chamou de “comportamiento de
encierro”. Neste trabalho, optamos por traduzir pela expressão
“Encarceramento Involuntário” devido ao crescente receio dos
cidadãos em sair de suas residências ou da redução do horário da
atividade comercial, principalmente à noite, limitando as
oportunidades de emprego, renda, diversão e sociabilidade diversas,
permanecendo em seu interior como encarcerados.
Então,
a palavra encarceramento é oriunda da sensação de cárcere do
cidadão, cerceando-se de seus direitos fundamentais previstos na
Carta Magna. Involuntário diz respeito não à consciência e à
opção por permanecer dentro de seu lar, mas em virtude de fatores
sociais de risco à sua integridade e segurança.
Entre
os moradores próximos ou distantes dos PCS’s ainda é elevado o
receio de sair de suas casas. Eles consideraram alto (42,1%) e muito
alto (39,5%) o citado receio.Referências
BRASIL.
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de
1988. Disponível em: . Acesso:
31 mar 2014.





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