RAUL SEIXAS - GITA - VERSÃO REGGAE REMIX 2024




Gita - Raul Seixas

Eu, que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando
Foi justamente num sonho
Que ele me falou

Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado

Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar

Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar

Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou
Eu fui
Eu vou (Gita, Gita, Gita, Gita, Gita)

Eu sou o seu sacrifício
A placa de contramão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição

Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou
O tudo
E o nada

Por quê? Você me pergunta
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar

Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim

Das telhas, eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra A tem meu nome
Dos sonhos, eu sou o amor

Eu sou a dona de casa
Nos peg-pags do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso
Largo
Profundo (Gita, Gita, Gita, Gita, Gita)

Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão

É, mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início
O fim
E o meio

O início
O fim
E o meio
Eu sou o início
O fim e o meio
Eu sou o início
O fim
E o meio



A visão de unidade e divindade em “Gita” de Raul Seixas

Em “Gita”, Raul Seixas utiliza a repetição marcante de “Eu sou” para expressar a ideia de que o divino está presente em tudo e em todos. Inspirado pelo Bhagavad Gita, texto sagrado hindu no qual Krishna se apresenta como a essência de tudo que existe, Raul adapta esse conceito para a música popular brasileira. Ele não apenas faz referência direta ao texto, mas também propõe que cada pessoa carrega dentro de si uma centelha divina. O próprio Raul afirmou que a intenção da música era despertar a consciência da divindade em cada indivíduo. Isso fica claro em versos como “Eu sou a luz das estrelas / Eu sou a cor do luar / Eu sou as coisas da vida / Eu sou o medo de amar”, nos quais ele se coloca como parte de todas as experiências e sentimentos humanos, mostrando a multiplicidade do ser.

A letra também destaca a unidade entre opostos, sugerindo que o divino está presente tanto no bem quanto no mal, no começo, no fim e no meio. No refrão, Raul canta: “Eu sou a vela que acende / Eu sou a luz que se apaga / Eu sou a beira do abismo / Eu sou o tudo e o nada”, evidenciando que essa presença transcende julgamentos morais e limitações humanas. O título “Gita” e as menções aos quatro elementos (terra, fogo, água e ar) reforçam a ligação com o pensamento hindu e a ideia de que tudo no universo está conectado. Assim, a canção convida o ouvinte a reconhecer sua própria importância e conexão com o todo, celebrando a existência e a individualidade dentro do universo.

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