Gita - Raul Seixas
A visão de unidade e divindade em “Gita” de Raul Seixas
Em “Gita”, Raul Seixas utiliza a repetição marcante de “Eu sou” para expressar a ideia de que o divino está presente em tudo e em todos. Inspirado pelo Bhagavad Gita, texto sagrado hindu no qual Krishna se apresenta como a essência de tudo que existe, Raul adapta esse conceito para a música popular brasileira. Ele não apenas faz referência direta ao texto, mas também propõe que cada pessoa carrega dentro de si uma centelha divina. O próprio Raul afirmou que a intenção da música era despertar a consciência da divindade em cada indivíduo. Isso fica claro em versos como “Eu sou a luz das estrelas / Eu sou a cor do luar / Eu sou as coisas da vida / Eu sou o medo de amar”, nos quais ele se coloca como parte de todas as experiências e sentimentos humanos, mostrando a multiplicidade do ser.
A letra também destaca a unidade entre opostos, sugerindo que o divino está presente tanto no bem quanto no mal, no começo, no fim e no meio. No refrão, Raul canta: “Eu sou a vela que acende / Eu sou a luz que se apaga / Eu sou a beira do abismo / Eu sou o tudo e o nada”, evidenciando que essa presença transcende julgamentos morais e limitações humanas. O título “Gita” e as menções aos quatro elementos (terra, fogo, água e ar) reforçam a ligação com o pensamento hindu e a ideia de que tudo no universo está conectado. Assim, a canção convida o ouvinte a reconhecer sua própria importância e conexão com o todo, celebrando a existência e a individualidade dentro do universo.





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