Redação do Enem: Respostas aos E-mails de Leitores

Na coluna sobre a redação do Enem desta semana responderemos perguntas e elucidaremos dúvidas enviadas por leitores do portal InfoEnem. Porém, primeiramente, gostaríamos de agradecer por todas as mensagens e pela participação de nossos leitores.

A leitora Laiane Macedo Alves pergunta se uma eventual mudança da cor da caneta na escrita da redação interfere na nota final. Laiane, o Enem apresenta, na capa do caderno de questões do segundo dia de aplicação (prova de redação e de linguagens, códigos e suas tecnologias; prova de matemática e suas tecnologias), as instruções que os candidatos devem seguir. Em nenhum item, no caderno de questões do segundo dia do Enem 2013, há qualquer instrução acerca da cor da caneta com que a redação deva ser escrita.

No entanto, há uma instrução sobre a assinatura dos candidatos nos espaços próprios no cartão-resposta e na folha de redação. Os candidatos devem assinar seus nomes nestes espaços com caneta esferográfica de tinta preta. Portanto, já que há esta norma, a redação pode ser redigida com uma caneta de tinta preta, mas não há nada que proíba o uso de uma caneta de cor azul, por exemplo.

O ideal é que a redação seja escrita de caneta preta ou azul, mas não vemos motivos para que uma eventual mudança na cor interfira na nota. Porém, como imprevistos acontecem, sugerimos que os candidatos levem mais de uma caneta da mesma cor caso uma falhe.

A Jurema Otilia de Oliveira, em sua mensagem, nos pergunta se o candidato que não optar por inserir um título em sua redação pode ser prejudicado, já que o título é opcional.

Jurema, no Guia do Participante sobre a redação no ENEM, publicado em 2013, há a afirmação de que o título não é uma marca obrigatória na dissertação-argumentativa, ou seja, segundo este documento, o candidato que não intitular seu texto não será prejudicado, isto é, não terá descontos na nota por isso. Caso haja um título, esta redação não pode ser beneficiada apenas por isso, já que ele é facultativo.

Já o leitor Fábio Pires nos enviou a seguinte mensagem:

Caso eu insira três perguntas na minha introdução, devo responder todas no mesmo parágrafo da argumentação ou devo criar três parágrafos de desenvolvimento para respondê-las?

Fábio, caso estas três perguntas tenham respostas que representem toda a fundamentação argumentativa da sua redação, ou seja, se elas são as bases para todas as estratégias argumentativas que você selecionou para embasar a sua tese, seria interessante dedicar um parágrafo para cada uma das respostas a fim de analisá-las e aprofundá-las de maneira adequada.

No entanto, caso as respostas destas perguntas condensem apenas uma estratégia argumentativa, somente um parágrafo seria o suficiente, mas é fundamental ressaltarmos que esta é uma resposta genérica para um questionamento genérico. O ideal e o mais adequado seria uma correção e uma análise acerca deste aspecto em relação a uma redação concluída, isto é, escrita e real e não apenas em relação a uma suposição. Por isso, procure seu professor de Língua Portuguesa e converse com ele a este respeito.

Até a próxima semana!

*CAMILA DALLA POZZA PEREIRA é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação exercendo funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Foi corretora de redação em em importantes universidades públicas. Além disso, também participou de avaliações e produções de vários materiais didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da Educação (MEC).

**Camila também é colunista semanal sobre redação do infoEnem. Um orgulho para nosso portal e um presente para nossos milhares de leitores! Seus artigos serão publicados todas às quintas-feiras, não percam!

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Inep mudará critérios de ranking de escolas do Enem

De acordo com declaração dada pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Francisco Soares, o órgão irá alterar os critérios para avaliação e a forma de divulgação do resultado e ranking do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por escolas.

Atualmente o Inep analisa apenas a participação e desempenho médio das escolas no exame. São contabilizadas no ranking apenas instituições cujo número absoluto de participantes no Enem seja maior que 10 e represente, no mínimo, metade de seus estudantes concluintes do ensino médio regular.

Com relação ao desempenho, o modelo corrente informa somente a média geral dos estudantes de determinado colégio para as quatro provas objetivas (Linguagens e Códigos, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza) e da redação.

Conforme explicou Soares, a observação isolada destes dados pode nos levar a “comparações injustas” entre as escolas.

“Ao menos cinco dimensões serão avaliadas, como taxa de participação no Enem, nível socioeconômico dos alunos, formação dos professores, complexidade da gestão escolar e desempenho dos alunos na prova, que abrange as demais dimensões. A ideia é que não seja apresentada uma lista única que considera apenas a média de notas dos estudantes, mas sim uma relação que forneça mais filtros para analisar o desempenho de cada unidade.”

Tal mudança pode alterar as posições de muitas escolas. Aquelas que ocupavam o topo da lista quando era observado somente o desempenho dos alunos podem ter sua média puxada para baixa por conta dos outros critérios, e vice-versa. Para o presidente do Inep, além de trazer maior transparência, estes critérios devem facilitar o entendimento da situação real de cada escola.

Certamente esta medida deve atenuar a questão de escolas que fazem uma seleção somente de seus melhores alunos ou chegam até a criar CNPJ´s diferentes para forjar a análise do Inep e elevar sua média no exame.

Normalmente o Inep divulga os dados que geram o ranking do Enem por escola cerca de um ano após a realização da próxima edição. Segundo afirmação de Francisco Soares no evento, o próximo levantamento, referente ao Enem 2013, deve ser liberado em novembro.

Fonte: Veja Abril