GEOGRAFIA GERAL/ GEOGRAFIA-RN



A Economia Mundial e o Brasil: a economia global. O Brasil na economia global.
O Mercosul,bloco sub-regional. Industrialização e desenvolvimento. A geografia da pobreza.
Desenvolvimento x Ambiente: impactos ambientais em ecossistemas naturais e em ecossistemas agrícolas. Impactos ambientais em sistemas urbanos (poluição em geral – a “ilha de calor”, o efeito estufa, destruição da camada de ozônio, as chuvas ácidas). Diversas formas de poluição. Lutas em defesa do meio ambiente (o papel das ONGs, a tomada de consciência, perspectivas para o futuro, etc). Desenvolvimento sustentável.
A população brasileira: a formação de nossa população. Dinâmica da população: população e sociedade, o crescimento populacional ou demográfico, o crescimento vegetativo ou natural.
Os movimentos populares: A imigração para o Brasil (1530-1994). As principais correntes imigratórias para o Brasil. O crescimento vegetativo da população brasileira. A estrutura da população brasileira (a pirâmide das idades, a PEA e os setores de atividades econômicas e a distribuição de renda). Os movimentos internos.
A Urbanização brasileira: urbanização e modernização agrícola. A rede urbana brasileira. As metrópoles brasileiras.
Energia: a produção mundial de energia. As Fontes de energia. Petróleo. Carvão mineral e gás natural. Energia elétrica. Alternativas de energia.
Estudo das regiões: Regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, nos seguintes aspectos: relevo, clima, vegetação, hidrografia, transporte, população, agricultura, indústria e extrativismo.
Geografia do Rio Grande do Norte nos seguintes aspectos: as economias motivadoras da ocupação, povoamento e produção do território: a cana-de-açúcar, a pecuária e o algodão.
Estrutura geológica: relevo, clima, vegetação, hidrografia (principais bacias hidrográficas e principais rios).
População.
Atividades econômicas: transporte, agricultura, indústria, turismo e extrativismo principais riquezas minerais, vegetais e pesca).
Problemas ambientais urbanos e rurais.
Microrregiões e características.
Principais rios e elevações do Açu (Barragem Armando Ribeiro Gonçalves), aspectos litorâneos.

A Economia Mundial e o Brasil:
A ECONOMIA GLOBAL
Desde o final da Segunda Guerra, o processo de mundialização se intensificou, devido aos avanços das relações comerciais. A necessidade de reconstrução econômica levou os países europeus a desenvolver novos eixos de exportações e importações, além de aprimorar os já existentes. A própria guerra havia demonstrado a intensidade da interdependência mundial, e essa mesma consciência foi a responsável pela criação da ONU. O comércio internacional é a principal fonte de divisas para um país, e o objetivo é manter a balança comercial favorável, ou seja, exportar mais do que se importa.
O mesmo se aplica à chamada balança de pagamentos, um indicador mais abrangente que a balança comercial, pois, além das trocas comerciais, envolve a troca internacional de serviços, como empréstimos e pagamento de royalties, que são os direitos sobre o uso de marcas. Com a acelerada internacionalização da economia nas últimas décadas, no entanto, as barreiras alfandegárias na maior parte das vezes representam um obstáculo ao desenvolvimento do capitalismo. As grandes empresas, principalmente as transnacionais, necessitam de espaços cada vez maiores, pelos quais possam fazer circular livremente bens, serviços e capitais.
As recentes mudanças do comércio internacional sob os moldes da globalização têm alguns aspectos que merecem destaque:
· Um deles é o fato de que os países subdesenvolvidos, tradicionalmente exportadores de matérias-primas, têm investido mais nos manufaturados.
· Outro aspecto é a formação de alianças entre alguns países para facilitar o trânsito de mercadorias.
· Um terceiro fato é o aumento do volume de trocas resultante da queda de barreiras políticas. Também merece análise a constatação de que nem todas as regiões do mundo se beneficiam igualmente do novo comércio internacional.
No atual contexto de grandes transformações - aumento do volume de transações comerciais, aceleração tecnológica e importância do investimento em pesquisa, desenvolvimento e educação -, o contraste entre as economias subdesenvolvidas exportadoras preferencialmente de matérias-primas e aquelas que exportam grande quantidade de manufaturados se torna ainda mais visível.
A divisão internacional do trabalho tende a se modificar nos próximos anos, sob a influência de fatores como:
· abertura ao mercado internacional, com a eliminação de barreiras protecionistas; distribuição internacional do trabalho especializado;
· capacidade de investimento em infraestrutura; e avanço das inovações tecnológicas, com a queda dos custos de comunicações.
O BRASIL NA ECONOMIA GLOBAL
Alves de Oliveira Granato.

O Brasil versus a Economia Global I - Transporte Rodoviário

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Esses dados nos fazem refletir bastante e pensar no que isso significa. Por exemplo, ao olharmos para a infra-estrutura brasileira, enxergamos que ainda há muito por fazer. Todos sabemos que são muitos os problemas, mas antes de citá-los, e começar aqui uma sabatina aos políticos e a nossa história de democracia deficiente, prefiro, como empresário e cidadão que busca ter consciência do que é desenvolvimento econômico, enxergar quais são os potenciais disponíveis para investirmos, as áreas que estão em pleno crescimento, e encontrar oportunidades para trabalho.
Vejo muita gente criticando, mas acredito que quem quer de fato fazer algo não fica lamentando pelos cantos. "Arregaça as mangas e vai à luta". Foi assim que países como os Estados Unidos, Japão, Alemanha e França fizeram para crescer: trabalhando, arriscando, investindo, quebrando a cara e aprendendo a levantar para se tornarem altamente industrializados.
Países em desenvolvimento, como China, Índia, Rússia e o próprio Brasil têm necessidades básicas que precisam ser corrigidas, para se posicionarem como potências, de fato, industrializadas. E isso, nessa altura do campeonato, pode ser encarado de forma positiva.
Um exemplo disso está em nossas rodovias. O Brasil tem hoje cerca de 1.800.000 quilômetros de estradas e rodovias. Desse total, apenas 200.000 quilômetros são pavimentadas, e a grande maioria, cerca de 1.600.000 quilômetros, são sem pavimentação (sim, as nossas intermináveis estradas de terra).
Logo, imaginamos que há muito trabalho a ser feito, e muita coisa a ser construída. E para quem viaja de carro pelo Brasil hoje, não é difícil se deparar com os inúmeros canteiros de obra, ao longo de milhares de quilômetros de novas rodovias, que estão a surgir.
Um exemplo disso está na duplicação das rodovias entre Curitiba e Porto Alegre. Para percorrer a distância total são cerca de 700 quilômetros. A maior parte já está pronta, a começar por Curitiba até Florianópolis; são cerca de 300 quilômetros duplicados. Também pronta há bastante tempo está a Freeway, rodovia duplicada do Rio Grande do Sul que liga parte do interior até a capital, Porto Alegre. No meio do caminho está o ponto crítico: são cerca de 300 quilômetros que estão em obras de inicialização ou finalização. Uma parceria entre empresas públicas e privadas que tem dado resultado.
Aproveitando este gancho sobre parceria público-privado, as PPPs, acredito que a função do Estado seja definir os projetos e supervisionar as ações, e cabe exclusivamente às empresas privadas a função de execução. Ao contrário do que muita gente imagina, as licitações são sim um meio extremamente eficiente de compra e venda que o governo utiliza. Não é o sistema que apresenta problemas, mas sim algumas pessoas que o operam ou empresas que dele fazem parte.
Outro entroncamento importante, o trecho Rio de Janeiro até Salvador, com uma distância de 1.600 quilômetros aproximadamente, carece urgentemente de duplicação. Parte desse projeto está sendo colocado em prática. A partir do momento em que houver uma duplicação concreta ali, teremos um aumento do escoamento de cargas, redução do congestionamento e tempo de viagem, além de um grande potencial de exploração do turismo na região, realizado por automóveis.
Sem contar o número de vagas de emprego e movimento da economia que irá gerar. Tudo isso é benefício a favor do próprio país, da própria população. Em uma área tão carente, como a do interior do Rio de Janeiro, do Espirito Santo e da Bahia, a contratação de um grande número de trabalhadores ali significa mais alimento na mesa do brasileiro, sem a demagogia dos cartões de auxílio à miséria.
Contudo, o maior exemplo de desenvolvimento vem da Rodovia Presidente Dutra, que liga a cidade de São Paulo a cidade do Rio de Janeiro. São 402 quilômetros daquela que é a rodovia com maior fluxo de veículos diários, cerca de 500.000. Responsável por ligar as duas maiores e mais importantes regiões produtivas do país, a Dutra, como é conhecida popularmente, leva progresso e desenvolvimento em toda sua extensão. Facilita, por exemplo, o escoamento da produção industrial da rica e desenvolvida cidade de São José dos Campos junto a São Paulo, ao porto de Santos e a outros estados brasileiros.
Porém, quando viajamos pelo interior do país, sentimos uma grande diferença de desenvolvimento. Rodovias em condições péssimas, em diversos trechos. A falta de sinalização, de segurança e de áreas de proteção são situações rotineiras. Contudo, aos poucos, a iniciativa privada está assumindo a responsabilidade de conservação das vias, em parceria com o Estado, o que irá melhorar, e muito, as suas atuais condições de uso.
Só que andando por aí, é comum, infelizmente, ouvir muita gente reclamando das rodovias pedagiadas. Porém, precisamos olhar as coisas por outro lado, e com outros olhos, e entender um pouco como as coisas funcionam. Tal prática de pedágio é bastante comum nos Estados Unidos e Europa. Afinal de contas, para manter um país funcionando, é preciso manutenção constante.
Mais ainda. Em São Paulo, estado brasileiro que possui as melhores condições das Rodovias e o maior número de quilômetros pedagiados, a qualidade do asfalto é muito boa. Além de oferecer melhor segurança para se trafegar, com maior controle na prevenção de acidentes, e atendimento eficiente em caso de colisões e acidentes graves, tem-se muito mais rapidez no fluxo do trânsito. Sem contar que a maioria dessas rodovias é monitorada por câmeras, o que facilita na identificação de acidentes, roubos, ou qualquer outro problema que ocorra. Logo, o sistema logístico é o melhor, mais eficiente e com maior quantidade de carga transportada da América Latina.
Por falar em roubo de cargas, de verdade nos deparamos com um problema grave em todo o país. Mas, através de recursos tecnológicos, como o monitoramento por câmeras, controle de deslocamento por GPS, e o sistema de desligamento automático do motor do veículo em caso de situação suspeita, as empresas passam a ter um controle maior da segurança de sua frota e da mercadoria transportada, além de terem condições de realizarem uma maior prevenção contra os crimes. E é claro que os custos com esses recursos são incorporados ao preço de nossos produtos e serviços, e sabemos bem disso quando entramos nos estabelecimentos comerciais ou pagamos a conta no fim do mês.
Ainda assim, as empresas e a sociedade em geral esperam uma atitude mais ostensiva do policiamento rodoviário no combate a criminalidade, afinal de contas, a função dos órgãos de segurança é manter o controle social em equilíbrio. E o Estado tem se preparado para isso. Investindo não só em viaturas e no aumento do seu corpo efetivo, mas investindo principalmente em treinamento e em novos recursos tecnológicos.
Hoje, nos deparamos com um país em profunda transformação. As empresas estão fazendo seu papel, assim como o Estado. Cabe a população, assim como os meios de comunicação, monitorar, cobrar e acompanhar cada uma dessas ações.
Cada indivíduo tem a obrigação de acompanhar, cobrar, reclamar, fazer valer a sua voz, seu voto e seu dinheiro pago em imposto e taxas diversas. Afinal, um país se constrói não somente com as mãos do governo ou das empresas. Um país se constrói com cada mão de cada cidadão que ali habita. E é de responsabilidade de todos construir o desenvolvimento, pois é um direito de cada brasileiro viver em um país mais justo, igualitário e com condições dignas de sobrevivência.

O Brasil versus a Economia Global II - Diversas Questões

Foto do Porto de Santos-SP
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Acabo de ler uma reportagem sobre a empresa multinacional brasileira Gerdau. Em 2008, foi a empresa nacional com maior presença no exterior, de acordo com uma reportagem publicada no Jornal América Economia, no dia 05 de agosto de 2009. Os dados são da Fundação Dom Cabral. E, ainda segundo os dados publicados, revela que as 20 maiores empresas brasileiras com participação no exterior possuem ativos de R$ 201 bilhões de reais lá fora. É o Brasil, aos poucos, atravessando suas fronteiras.
No início deste ano, a Construtora Odebrecht ganhou uma licitação nos Estados Unidos, para a ampliação do Metrô de Miami até o Aeroporto Internacional da cidade. Um projeto de U$ 360,5 milhões de dólares. E a mesma construtora tem participado de obras ao longo dos quatro cantos do mundo. E para ser aprovada nesses processos licitatórios, a empresa tem que passar por uma série de aprovações rigorosas, estar em dia com todas as suas obrigações fiscais, trabalhistas, etc., além de concorrer com empresas de ponta do seu setor.
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Andando pelo Brasil, vejo um país dividido entre grandes obras e projetos, de um lado, e do outro, um país desigual, atrasado, com falta de estrutura, condições básicas e dignas de sobrevivência. E fico imaginando quanto potencial ainda não aproveitado, que poderia estar produzindo.
Nossa meta não deve ser simplesmente melhorar os números do PIB para saltar posições, numa avaliação global. Precisamos enxergar as situações micro, que são de extrema importância para o crescimento e enriquecimento real do país.
Por exemplo, ainda temos milhões de pessoas em condições de miséria, sem acesso às condições básicas e de consumo, sem emprego ou com renda muito baixa. A partir do momento em que tivermos essa população estudando e se profissionalizando, e conseqüentemente trabalhando, teremos um aumento de consumo substancial, além de uma força de trabalho mais qualificada.
Não somos tão populosos como a China. E isso é uma grande vantagem, pois um aumento do PIB per capita real para uma população que está na casa dos bilhões de habitantes é algo muito difícil. Tanto que, apesar de a China apresentar ótimas taxas de crescimento anual, proporcionar a sua grande população um aumento considerável do PIB per capita não é fácil, nem simples.
Seria interessante ver empresários e futuros empreendedores brasileiros saírem um pouco dos seus grandes centros e visitarem, conhecerem outras regiões, que estão dispostas a abrigar novas empresas, fornecer mão de obra e conquistarem um pouco de progresso. O país esta aí, para todos.
Um exemplo real e particular é ver a empresa na qual eu dirijo, a Granato/Unifel, uma pequena empresa de educação e tecnologia da informação, sair do estado de São Paulo, e conquistar seu espaço em outros estados, como o Rio Grande do Sul, Paraná, Espirito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Sempre com muito trabalho, muita dedicação, e muitas dificuldades. Mas são essas dificuldades que nos têm trazido grandes aprendizados e nos feito crescer. Por isso, já estamos nos planejando e nos preparando para atuarmos na Argentina, no Uruguai e no Chile a partir do próximo ano.
Não podemos ficar limitados a uma única região, por nos sentirmos confortáveis. Nem imaginar que o crescimento é limitado a um único lugar. As coisas estão acontecendo em muitos lugares diferentes, para descobrirmos precisamos sair do nosso ninho, da nossa toca, e partirmos em direção ao desconhecido, ao novo. Claro que sempre analisando riscos, estudando e planejando bem as nossas ações, mas sem medo de erra ou fracassar, pois bem sei que para atravessar vários estados precisei apanhar muito, errar muito, mas bem sei que até aqui, tem valido muito a pena. Principalmente porque o crescimento profissional e pessoal tem sido muito gratificante.

O Brasil versus a Economia Global III - A Bahia de Todos os Santos!

Vista da Avenida Maria Quitéria, Feira de Santana, Bahia. Foto tirada por Alberto Granato.
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Um país com diferenças geográficas incríveis, praticamente um continente. Assim podemos definir o Brasil. Estou em Feira De Santana, maior cidade do interior da Bahia, para iniciar um novo projeto profissional. Definida como Cidade Princesa, por Ruy Barbosa, trata-se de uma cidade referência e pólo regional para o interior baiano, com comércio variado, redes de hospitais, clínicas médicas com diversas especialidades, um shopping center com cerca de 140 lojas, e um complexo industrial bem variado.
Localizada a cerca de 100 quilômetros da capital do estado, Salvador, tem uma população acima dos 600.000 habitantes, e está situada a 234 metros de altitude. Transformada em Vila em 1833, somente em 18 de setembro de 1873, através de uma lei provincial, se torna um município.
Sua região abriga empresas como a Nestlé, a Ambev, a Pirelli, a Belgo, a Perdigão, transportadoras, revendas de máquinas agrícolas, além de uma participação na agropecuária considerável. É possível, da Rodovia BR 324, avistar inúmeras propriedades rurais pecuaristas, pratica comum em boa parte do estado.
Trata-se de uma cidade plana, com ruas e calçadas largas, preparada para enfrentar um trânsito mais intenso, seja de pessoas ou de veículos. Para quem não está acostumado ao forte calor, uma caminhada no meio da manhã pode ser um pouco exaustiva. Porém, se o sol ou a alta temperatura dão uma trégua, uma caminhada pelas ruas que margeiam o centro pode ser um passeio agradável.
Como nos demais cantos da Bahia, a música está presente em cada rua, em cada esquina, em cada casa, ainda que de forma um pouco mais contida. Também é possível encontrar lugares que vendam comidas típicas, mas também de forma moderada. Não há uma explosão cultural baiana se vendendo nas ruas.
Acredito que seja este o resultado da globalização. Os regionalismos dão lugar aos globais. Tanto, que é mais fácil encontrar lojas das tradicionais operadoras que vendem aparelhos celulares, do que barracas de acarajé ou tapioca. Por onde se anda, lojas e panfletos espalhados com promoções imperdíveis da Claro, Vivo, Oi, etc. E no lugar de trajes típicos, como as roupas das baianas, encontramos jovens vestindo camisetas com a logomarca de uma grande marca ou de uma grande rede varejista. Sim, é como em qualquer lugar.
Claro que se algum morador de Feira de Santana ler este texto irá se perguntar: o que este autor esperava, que as cidades da Bahia fossem diferentes de que forma? Mas não é este o ponto em que quero chegar. O que estou dizendo é que uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, de São Paulo, do Espírito Santo ou da Bahia possui a mesma cara: prédios pintados da mesma cor por conta dos logotipos, redes de varejo tradicionais com as mesmas promoções infalíveis, operadoras de celular aos montes e iguais, as mesmas marcas de artigos de cama, mesa e banho de uma rede tradicional que faz uso freqüente de anúncios televisivos, a mesma marca de farinha para o pão, e assim por diante.
A globalização aos poucos quebra as últimas características particulares de uma região, tornando uniformes as cores das lojas, das camisetas vestidas pelos vendedores, dos prédios comerciais e até mesmo dos prédios residenciais. Isto não é uma crítica, apenas uma observação e constatação. Tem vantagens e desvantagens, como tudo na vida.
A Bahia é um estado que está se modificando a passos largos; tem se modernizado tal quais os grandes centros emergentes ao redor do mundo, e seu crescimento tem se refletido em cada novo edifício espelhado que se ergue.
Sexta maior economia do país, e principal economia do nordeste, tem em suas grandes cidades verdadeiros pólos estratégicos que abastecem todo o estado, e até mesmo estados vizinhos. De um lado, o turismo trabalha para aprimorar suas qualidades; de outro, grandes empresas buscam sua expansão. Com uma indústria automobilística preparada para atender todo o nordeste, o estado abre espaço para outras áreas. A vinicultura e produção de frutas, a exploração de petróleo e minérios, e a educação são referências nacionais.
As taxas de emprego estão aumentando, é verdade. Milhares de pessoas estão conseguindo seu primeiro emprego com carteira assinada, isso também é verdade. E que o assistencialismo dos bolsas-auxílio têm melhorado as condições de alimentação dessa massa, sim, também é verdade.
Contudo, as transformações positivas param diante de velhas barreiras instransponíveis. Ao mesmo tempo em que a modernidade se torna realidade, ela carrega consigo problemas comuns e conhecidos dos grandes centros. Congestionamentos, filas nos supermercados, nos bancos, para se estacionar, e até tornando uma batalha homérica conseguir uma mesa para se almoçar ou jantar em um Shopping Center.
Quando se olha para a infra-estrutura, a situação piora. Um velho conhecido problema brasileiro, a desigual distribuição de renda, atua de forma cruel. Uma grande massa ainda fica distante dos benefícios do progresso. Sem acesso a educação ou formação profissional qualificada, existe uma grande distância entre os que já fazem parte do sistema profissional, e os que não têm condições mínimas de vida digna, muito menos conhecimento técnico que lhes permita conquistar um espaço no mercado de trabalho.
Contudo, além de se trabalhar para ocasionar uma melhor distribuição de renda, a região ainda permite criar novas condições de renda, e aí acredito que esteja o ponto chave para o desenvolvimento econômico e social deste estado. São tão inúmeras as possibilidades de novos negócios e de profissionalização, tanto que o potencial regional tem se revelado todos os anos quando se observa que o crescimento da Bahia é superior ao crescimento médio do país.
Uma vez direcionada, uma boa estratégia pode ser um grande investimento na região. Um estado que possui um povo acolhedor, uma cultura fantástica, belezas naturais e riquezas diversas é uma excelente opção de desenvolvimento. Acredito que deva ser olhado com muito carinho e atenção, igual a tudo na vida.
O MERCOSUL,BLOCO SUB-REGIONAL.
MERCOSUL E AS RESPECTIVAS NEGOCIAÇÕES: ALCA E UNIÃO EUROPÉIA
Acordos bilaterais de comércio
O ideal integracionismo da América Latina enfrenta atualmente três grandes impasses: a criação de uma zona de livre comércio (ALCA) entre os 34 países do continente[1], com exceção de Cuba, o fortalecimento do Mercosul e o acordo entre União Européia e Mercosul, também com o objetivo de formar uma zona de livre comércio.
Trata-se de situações que se pautam numa lógica mais econômica do que político-social, com foco no incremento das exportações e conseqüentemente, da participação no comércio internacional. Enquanto a União Européia almeja reforçar as relações políticas e econômicas com a América Latina, por meio do Mercosul, os EUA preferem, com a criação da ALCA, o desaparecimento do bloco do Cone Sul; e a obtenção de vantagens competitivas, a partir de uma integração assimétrica.
Na opinião dos professores Messias Pinto e Maria Helena Guimarães[2], existem quatro possíveis cenários para os entendimentos: ALCA, Mercosul e União Européia, de acordo com o quadro a seguir. Em face da abrangência e complexidade desse tema, a análise que será realizada a seguir pautar-se-á nos tratados constitutivos de tais blocos econômicos.
O primeiro cenário, pouco provável, supõe a inexistência da ALCA e a efetivação de um acordo de livre comércio entre União Européia/ Mercosul, para contrabalançar a expansão da política norte-americana no mundo.
A proposta de integração do Mercosul, que está prevista no preâmbulo do Tratado de Assunção (1991), expressa a vontade dos Estados-partes de ampliar seus mercados nacionais, como condição fundamental para acelerar o processo de desenvolvimento econômico e lograr uma adequada inserção internacional para os países-membros.
O estabelecimento de uma zona de livre comércio[3] entre o Mercosul e a União Européia revela exatamente estes objetivos. A partir da livre circulação de mercadorias e da eliminação das barreiras e restrições qualitativas ou aduaneiras, os Estados-membros poderão incrementar o intercâmbio comercial entre si e inserir num ambiente mais competitivo, sem, contudo, abster-se das próprias políticas comerciais com terceiros países.
Essa disposição dos dois blocos econômicos de liberalizar progressivamente o comércio é expressa por Garcia Júnior (1998, p. 49), da seguinte maneira:
No âmbito comercial, Mercosul e Comunidade Européia se comprometem a intensificar suas relações com o fim de fomentar o incremento e a diversificação de seus intercâmbios comerciais, preparar a ulterior liberalização progressiva e recíproca destes e promover a criação de condições que favoreçam o estabelecimento da Associação [transcontinental], tendo em conta a Organização Mundial do Comércio, sucessora do GATT 1947.
O interesse da União Européia em incrementar o intercâmbio comercial com o Mercosul reside na potencialidade desse mercado, cujas exportações somaram €18.340 milhões, em 2004, com destaques para máquinas e equipamentos de transporte (45%), produtos químicos (22,5%) e automóveis (12,3%) [4]. Além do interesse comercial, a cooperação econômica proposta pela União Européia estender-se-á à tecnologia e aos investimentos.
Atualmente, os europeus já são o segundo maiores investidores na América Latina, seguido dos norte-americanos e muito à frente dos japoneses, fruto da ampla participação de capitais nos processos de privatização das empresas públicas latino-americanas, e também da forte presença de bancos europeus nos programas de refinanciamentos. Cerca de 60% dos Investimentos Diretos Externos (IDE) europeus na América Latina, tiveram como destino o Mercosul, mais especificadamente a Argentina e o Brasil. Isso denota que a Europa comunitária tem um papel importante nesta região, e que os interesses da União Européia e dos EUA estão em concorrência, principalmente no que diz respeito a acesso de mercado.
Se analisado individualmente ou de forma a excluir a possibilidade da ALCA, num primeiro momento, o Mercosul teria condições de fortalecer sua integração regional e avançar nas negociações comerciais com outros blocos econômicos. Entretanto, a não concretização da ALCA no hemisfério ocasionaria uma explosão de acordos bilaterais e sub-regionais nas Américas, sobretudo pelos EUA, nos moldes que se apresenta atualmente na Europa e Ásia. A estratégia norte-americana, denominada "liberalização competitiva", é que se as rodadas da OMC e a ALCA falharem, a opção dos EUA será buscar uma multiplicidade de acordos bilaterais com os diversos países do mundo, colocando em risco o sistema multilateral de comércio.
O segundo cenário, também factível, supõe a existência da ALCA e a manutenção do Mercosul, porém sem a concretização do acordo União Européia/ Mercosul.
O projeto proposto pela ALCA, que envolve não apenas a livre circulação de bens, mas principalmente a abertura de setores como: serviços, investimentos e compras governamentais, proporcionará um mercado com aproximadamente 800 milhões de habitantes e um produto interno bruto (PIB) de USD 11,4 trilhões de dólares, situando-a no bloco econômico mais importante do mundo, a partir da inserção competitiva das economias do continente nos fluxos internacionais de comércio e investimento.
No entanto, os países latino-americanos reconhecem que a integração econômica proposta pela ALCA é um projeto complexo, ao integrar economias de tamanho e nível de desenvolvimento assimétricos, tornando difícil conciliar os diferentes interesses nacionais. Enquanto os EUA e o Canadá detêm mais de 82% do PIB hemisférico, Jamaica, Costa Rica, Honduras, El Salvador, Paraguai, Panamá, Guatemala Equador, Haiti e Nicarágua respondem, conjuntamente, por menos de 1%. O Brasil, maior economia da América do Sul, é responsável por 7,4%, e a Argentina, principal parceiro no Mercosul, responde por menos de 3% de toda a riqueza produzida no continente[5].
Apesar de o artigo 3, alínea "e", da minuta da ALCA, conferir um tratamento mais favorável a esses países:
o tratamento especial e diferenciado, considerando as amplas diferenças nos níveis de desenvolvimento e tamanho das economias das Partes, para promover a plena participação das Partes.
fica patente que a constituição desse superbloco econômico será conduzida em prol dos interesses norte-americanos.
Somente com a manutenção do Mercosul[6], que os EUA teriam seus interesses minimizados na região, já que haveria um bloco regional que poderia condicionar a sua influência econômica e até política no hemisfério.
Em relação à União Européia, o estabelecimento da ALCA ameaçaria reduzir a presença econômica européia na América Latina, especialmente no Mercosul, o que poderia acarretar em barreiras comerciais aos seus produtos.
Um terceiro cenário pressupõe o desaparecimento do Mercosul após a constituição da ALCA e, conseqüentemente, a inviabilização do Acordo União Européia-Mercosul.
Para exemplificar um provável desaparecimento do Mercosul diante da ALCA, recorreu-se ao ilustre exemplo do Benelux, que estabeleceu o livre comércio entre os países baixos (Bélgica, Holanda e Luxemburgo), com a formação de uma só unidade econômica, em 1958.Mais tarde, Itália, Alemanha e França também aderiram ao tratado, fato que contribuiu para o desaparecimento do Benelux e a criação da CEE (Comunidade Econômica Européia), que em 1992 foi substituída pela União Européia.
à medida que a integração européia se aproximou dos resultados previamente alcançados no Benelux, mesmo que ainda não os tivesse superado, este agrupamento sub-regional sofreu, de fato, um grau elevado de diluição no âmbito do processo regional mais abrangente[7].
Devido a essa experiência no passado, alguns estudiosos concluem queum acordo comercial de maior amplitude (ALCA, por exemplo) tenderá a absorver e a diluir o de menor abrangência (Mercosul). Na opinião do diplomata brasileiro João Clemente Baena Soares[8], a ALCA poderia anular o Mercosul, porque "estabeleceria uma circunstância de intercâmbio muito mais restrita e centralizada nos Estados Unidos". Idéia semelhante foi exposta pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que denunciou a ALCA como parte da tática de manutenção da hegemonia política e econômica dos Estados Unidos, "que realizariam seu desígnio histórico de incorporação subordinada da América Latina a seu território econômico e a sua área de influência político-militar" [9].
A percepção de que o Mercosul poderia se diluir na integração hemisférica justifica-se também pelo fato de que este bloco sempre privilegiou as negociações de acesso ao mercado de bens, evitando temas mais ambiciosos de uma integração econômica, como serviços, investimentos e políticas comuns.Por isso, a importância de aprofundar a integração sub-regional em campos não exclusivamente comerciais.
Num cenário marcado pela ausência do Mercosul e do Acordo UE-Mercosul, os EUA poderiam consolidar a ALCA facilmente, a partir de medidas ultraliberais (abertura unilateral das economias latino-americanas). O poder dos EUA na região seria reforçado também no sistema internacional, por contar com o apoio de 33 países reunidos em um único bloco.
O último cenário admite a existência da ALCA e do Mercosul e de um acordo de livre comércio entre União Européia / Mercosul, sendo a hipótese com maiores possibilidades de ocorrer.
De acordo com o artigo 3 (Minuta da ALCA, 2003), a ALCA poderá coexistir com acordos bilaterais e sub-regionais existentes (Mercosul) e com os que virem a serem criados futuramente (União Européia-Mercosul), à medida que direitos e obrigações decorrentes desses acordos tenham maior alcance que ela. Nesse sentido, caso a ALCA entrasse em vigor, com tarifa de zero por cento para todos os produtos comercializados nas Américas, o Mercosul efetivamente perderia sua identidade de área de livre comércio, como mencionado anteriormente.
orém, caso os aspectos da integração sub-regional fosse além dos objetivos propostos pela ALCA, o Mercosul coexistiria com a criação do bloco hemisférico. Sob este aspecto, o Mercosul já se diferencia e ultrapassa o modelo previsto pela ALCA (zona de livre comércio), por ser uma união aduaneira (mesmo que imperfeita), com a adoção de uma tarifa externa comum aos países-membros, o que lhe assegura a manutenção de sua identidade nas relações comerciais com outros países/ blocos. Além da união aduaneira, o Tratado de Assunção estabeleceu que o objetivo primordial dessa integração fosse a formação de um mercado comum entre os seus membros, com a livre circulação de todos os fatores de produção[10] (Artigo 1°).
Para o ex-ministro das relações exteriores do Brasil, Luiz Felipe Lampreia:
o Mercosul é uma realidade de sucesso que veio para ficar, que reforça a identidade internacional dos seus membros e confere massa crítica ao projeto da ALCA. Não vai se diluir no hemisfério, nem constitui uma mera etapa de transição[11].
O senador norte americano Chuck Grassley[12] afirmou que a continuação da prosperidade e liderança no comércio mundial depende claramente das negociações da ALCA. Ressaltou ainda que a ALCA represente a única iniciativa econômica de ampla importância para a América Latina, desde que o presidente John Kennedy lançou a Aliança para o Progresso em 1961[13].
Opinião semelhante também foi compartilhada pelo ex-representante do comércio norte-americano, Robert Zoellick, em que o Brasil (representado pelo Mercosul) e os EUA têm metas similares que podem ser atendidas pelo trabalho da ALCA em conjunto com outros acordos e organizações de comércio. "O objetivo primordial dessas negociações é único: fazer esse processo avançar de forma a abrir mercados para ajudar no crescimento e no desenvolvimento regional", frisou. Isso poderá ser feito em diferentes fóruns: ALCA, acordo "4+1", que visa melhorar os laços comerciais entre os Estados Unidos e os quatro países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), Mercosul e OMC.
Para a União Européia, esse cenário poderia salvaguardar os investimentos comunitários na América Latina e possibilitar o crescimento do fluxo de trocas com o Mercosul. Porém, a existência em paralelo da ALCA, traria mais prejuízos que benefícios aos europeus, pois teriam que se submeter aos novos padrões de inserção internacional definidos pelos EUA.
[1]Antigua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Dominica, El Salvador, Equador, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.
[2] Maiores detalhes, ver artigo "O Mercosul e a ALCA: os interesses (irre) conciliáveis da União Européia e dos EUA", in Rev.Bras.Int. 48(1): 129-150 [2005].
[3]Conforme as discussões desenvolvidas no GATT/ OMC, uma zona de livre comércio deve abranger pelo menos 80% dos bens comercializados entre os países-membros.
[4]Segundo informações do Eurostat, março, 2005.
[5] Informações fornecidas pelo Banco Mundial, World Development Report, 2000/2001 e CIA World Factbook, 2000.
[6] De fato, o Mercosul tornou-se um importante ator internacional e um pólo de atração na América Latina, constituindo um instrumento fundamental para ampliar o poder de barganha do bloco.
[7] MELLO, Flávia de Campos. O Mercosul e a ALCA, in Relações Internacionais e sua construção jurídica, SÃO Paulo: FTD, 1998, p.64 (Coleção jurista da atualidade. Serie ALCA: v 2).
[8]Entrevista concedida ao Jornal do Brasil, em 17/02/02.
[9] BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. A crise da Argentina e os objetivos dos EUA. Revista Espaço Acadêmico, ago.2002, ano II, n° 15.
[10]Ressalta-se que até o momento as negociações privilegiaram o acesso ao mercado de bens, e temas como serviços, investimentos e políticas comuns ainda não foram discutidos como um próximo estagio da integração (mercado comum).
[11] Discurso proferido durante a abertura da II Reunião Hemisférica de Vice-Ministros, em fevereiro de 1998.
[12] Pronunciamento realizado no Plenário em Apoio à Indicação de Robert B. Zoellick, para o cargo de representante de Comércio dos EUA, em fevereiro de 2001.
[13] Foi um programa de ajuda econômica e social dos EUA para a América Latina, efetuado entre 1961 e 1970.
Fonte: Webartigos.com
INDUSTRIALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO.
A INDUSTRIALIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO ECONOMICO NO BRASIL
Autor : WERNER BAER resumo de NENINHA ROCHA
O surto de industrialização posterior à II Guerra e suas repercussões sobre a estrutura da economia brasileira
A causa imediata de esforço de industrialização que se seguiu à II Grande Guerra foi semelhante à de outras situações, que provocaram surto de desenvolvimento industrial, qual seja as dificuldades no setor externo da economia, porém com característica diversa da apresentada em períodos anteriores. A diferença posicionou-se no fato de que a industrialização deixou de ser um expediente ocasional para ser uma decidida política no sentido de modificar a estrutura da economia brasileira. Isso deveu-se, fundamentalmente, ao fato de os responsáveis pelo país terem tomado consciência de que no futuro, o Brasil não poderia alcançar ritmo elevado de crescimento se continuasse se apoiando na política de exportação de suas matérias-primas, com o mercado mundial retraído.
O comércio exterior brasileiro e seu papel na economia
Tanto no passado como no presente a pauta de exportação brasileira constitui-se de uma reduzida quantidade de produzidas primários, tendo predominância, o café, açúcar, cacau, algodão e o fumo, colocados principalmente nos mercados americano e da Europa Ocidental. Ao findar a guerra, o bem-estar do Brasil dependia do mercado externo. Nesse período o setor agrícola contribuía com a maior parcela para a formação dp PNB e que em 1950 este setor ocupava mais de 60% da população ativa. Nos primeiros anos do pós-guerra essa participação era tão grande e repercutia sobremodo no funcionamento de todo o sistema econômico. O declínio verificado mais tarde deveu-se à diminuição da receita oriunda dos principais produtos exportados e ao crescimento interno da economia, baseado na indústria substitiva de importações.
Importações mundiais por área geográfica
As importações mundiais, bem como aquelas feitas por países industrializados às nações não-industrializadas vêm-se reduzindo, sendo que boa parte dessa redução atingiu a participação relativa da América Latina e tal redução seria ainda maior se tivessem sido excluídos os petróleo e derivados. Segundo estimativa da ONU, a demanda das nações industrialmente adiantadas apresentava a seguinte elasticidade/renda para as importações dos países em desenvolvimento:
classe de mercadoria Elasticidade/renda
produtos alimentares ( stic (4a.) Gr 0 a 1 0,76
minérios e mat.primas agrícolas (STIC gr 2 e 4) 0,69
combustíveis (STIC gr 3 ) 1,40
produtos manufaturados (STIC gr 5 a 8)
A GEOGRAFIA DA POBREZA
Diariamente todos os brasileiros convivem e visualizam os resultados decorrentes da pobreza, na qual a maioria da população nacional se encontra, os meios de comunicação (revistas, jornais e rádio) divulgam os imensos problemas provenientes de uma sociedade capitalista dividida em classes sociais.
Uma parcela da população acredita que a condição de miséria de milhares de pessoas espalhadas pelo território brasileiro é causada pela preguiça, falta de interesse pelo trabalho, acomodados à espera de programa sociais oferecidos pelo governo, em suma, acham que só não trabalha quem não quer, no entanto, isso não é verdade.
Nas últimas décadas, o desemprego cresceu em nível mundial paralelamente à redução de postos de trabalho, que diminuiu por causa das novas tecnologias disponíveis que desempenham o trabalho anteriormente realizado por uma pessoa, a prova disso são os bancos que instalaram Caixa de texto: Bairros marginalizados que convivem com a pobreza  caixas de auto-atendimento, cada um desses corresponde a um posto de trabalho extinto, ou seja, milhares de desempregados, isso tem promovido a precarização dos vínculos de trabalho, isso quer dizer que as pessoas não estão garantidas em seu emprego e todos buscam uma permanência no mesmo, antes a luta principal era basicamente por melhorias salariais, atualmente esse contexto mudou.
Quando um trabalhador é demitido e não encontra um novo emprego em sua área de atuação, ou em outras, fica impedido de gerar renda, sem condições de arrecadar dinheiro através de sua força de trabalho as pessoas enfrentam dificuldades profundas e às vezes convivem até mesmo com a fome.
É comum relatos de professores de escolas de bairros periféricos onde há altos níveis de desemprego a ocorrência de desmaios de alunos por falta de alimentação, muitos estudantes freqüentam a escola por causa da merenda escolar que, pra muitos, é a única refeição do dia.
Esse processo de distribuição de renda e desemprego obriga as pessoas a procurar lugares impróprios à ocupação urbana, como não tem condições financeiras para custear moradias dignas, habitam favelas e áreas de risco desprovidas dos serviços públicos (esgoto, água tratada, saúde, educação, entre outros) que garantem uma melhor qualidade de vida.
Nesse sentido, há uma camada da população que nem sequer tem um “barraco” em uma favela, vivem embaixo de fachadas de lojas, instituições, praças e pontes. A pobreza é decorrente de vários fatores, os principais são os processos de globalização, a modernização dos meios de produção e a desigual distribuição da renda.
Desenvolvimento x Ambiente: impactos ambientais em ecossistemas naturais e em ecossistemas agrícolas. Impactos ambientais em sistemas urbanos (poluição em geral – a “ilha de calor”, o efeito estufa, destruição da camada de ozônio, as chuvas ácidas). Diversas formas de poluição. Lutas em defesa do meio ambiente (o papel das ONGs, a tomada de consciência, perspectivas para o futuro, etc). Desenvolvimento sustentável.
A população brasileira: a formação de nossa população. Dinâmica da população: população e sociedade, o crescimento populacional ou demográfico, o crescimento vegetativo ou natural.
Os movimentos populares: A imigração para o Brasil (1530-1994). As principais correntes imigratórias para o Brasil. O crescimento vegetativo da população brasileira. A estrutura da população brasileira (a pirâmide das idades, a PEA e os setores de atividades econômicas e a distribuição de renda). Os movimentos internos.
A Urbanização brasileira: urbanização e modernização agrícola. A rede urbana brasileira. As metrópoles brasileiras.
Energia: a produção mundial de energia. As Fontes de energia. Petróleo. Carvão mineral e gás natural. Energia elétrica. Alternativas de energia.
Estudo das regiões: Regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, nos seguintes aspectos: relevo, clima, vegetação, hidrografia, transporte, população, agricultura, indústria e extrativismo.
Geografia do Rio Grande do Norte nos seguintes aspectos: as economias motivadoras da ocupação, povoamento e produção do território: a cana-de-açúcar, a pecuária e o algodão.
Estrutura geológica: relevo, clima, vegetação, hidrografia (principais bacias hidrográficas e principais rios).
População.
Atividades econômicas: transporte, agricultura, indústria, turismo e extrativismo principais riquezas minerais, vegetais e pesca).
Problemas ambientais urbanos e rurais.
Microrregiões e características.
Principais rios e elevações do Açu (Barragem Armando Ribeiro Gonçalves), aspectos litorâneos.

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